15/04/2018 às 07h47min - Atualizada em 15/04/2018 às 07h47min

Sérgio Moro destruiu em poucos meses a farsa que Lula e o PT levaram décadas para construir

Imprensa Viva
A ascensão de Lula e do PT ao poder no Brasil não é um fenômeno recente e também não ficou barato. Ao contrário do que muitos imaginam, o PT não surgiu nos movimentos sindicais do ABC, mas sim nos cafés de Paris no final dos anos 70. [right-post]

O partido foi idealizado por um grupo de intelectuais comunistas burgueses, não necessariamente fiéis, amantes da boa vida e de cargos no exterior. Estavam todos encantados com a ascensão do líder polonês Lech Walesa, um operário  que se tornou um controverso ativista sindical. Durante anos, foi perseguido pelas autoridades, mantido sob vigilância do Estado, demitido em 1976 e preso várias vezes. No final dos anos 70, o líder sindical fundou o partido Solidariedade.

Assim como Lula, Walesa também concorreu à presidência de seu país no mesmo ano de 1989. A diferença é que o líder sindical polonês venceu a eleição de seu país a e cumpriu seu mandato entre 1990 e 1995. Lula fez o jogo da Globo para tirar Leonel Brizola do páreo e perdeu a eleição para Fernando Collor de Melo. Walesa ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983.

Voltando um pouco no tempo, os mesmos intelectuais burgueses que perambulavam pela Europa nos anos 70 acabaram "inspirados" pela trajetória do líder sindical polonês e tiveram a brilhante ideia de trazer a "franquia" para o Brasil.

O final dos anos 70 foi marcado pela revogação do AI5, um ato que cassou a liberdade política e suspendeu uma série de direitos democráticos durante os anos de chumbo da ditadura. A assinatura de sua revogação ocorreu precisamente no dia Em 13 de outubro de 1978, pelo então presidente da república, o General Ernesto Geisel após exatos dez anos em vigor. A revogação, que passaria a vigorar a partir de janeiro de 1979, deu início à abertura política no país. Foi um passo decisivo no processo de redemocratização do país.
  A Lei da Anistia (Lei Federal n° 6.683, de 28/08/1979) foi promulgada logo após pelo sucessor de Ernesto Geisel, o General João Baptista de Oliveira Figueiredo, que tomou posse em 15/03/1979. A Lei da Anistia contemplava qualquer cidadão envolvido em crimes políticos e permitiu o retorno ao Brasil de centenas de exilados políticos, como Leonel Brizola, Miguel Arraes, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Prestes, José Serra e do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.

Este período marcou o retorno do pluripartidarismo ao Brasil, quando surgiram, a partir dos anos 80, partidos como o PTB, PDT, PP e PT. Antes, havia apenas dois partidos, que eram o MDB e ARENA. Destes partidos surgiram o PMDB e o PDS.
 
Sérgio Buarque de Holanda assinando a
terceira ficha de filiação do PT
Foi nesta época que os verdadeiros fundadores do PT viram a oportunidade de implantar no país a franquia polonesa, que não tinha nada a ver com os conceitos bolivarianos atuais. O grupo idealizador do PT era formado por gente como Sérgio Buarque de Holanda, Bruno Maranhão, que havia voltado do exílio na França em 1979, Antonio Candido de Mello e Souza, Paulo Delgado,  Florestan Fernandes, Mário Pedrosa, Apolônio de Carvalho, Vladimir Palmeira, Lélia Abramo, Francisco Weffort, Plínio de Arruda Sampaio, Hélio Bicudo, entre outros. Lula ainda não estava na jogada.

 
Lula (direita) e outros sindicalistas barrados numa 
das reuniões de fundação do PT no tradicional
colégio burguês Sion, SP.
À exceção de Bruno Maranhão, o Partido dos Trabalhadores foi organizado por figuras predominantemente ilustres, intelectuais, burgueses e dissidentes católicos que àquela altura sabiam exatamente o que queriam: um líder popular para servir de fachada para o partido. De preferência um sindicalista. Esta pessoa seria o porta voz do partido, seria o rapaz do marketing, o interlocutor dos fundadores e porta voz de um plano de poder ambicioso.



Acompanhe no vídeo abaixo quando o ex-presidente Lula demonstra seu desprezo pelo líder sindical que inspirou o projeto de poder do PT. Sem demonstrar o menor escrúpulo, Lula confessa com todas as letras o que há por trás de sua chegada ao poder e como consegui passar muita gente para trás:


Foram várias reuniões em que eram avaliados perfis de líderes sindicais do país. Era quase um concurso de "Miss Proletariado". A opção inicial de um grupo foi o nome de Jair Antonio Meneguelli, homem de origem humilde, sem nível superior, líder sindical do ABC, grevista,  presidente do sindicato dos metalúrgicos ão Bernardo do Campo e Diadema, enfim. Tinha o perfil idealizado pelos intelectuais findadores do PT.
 
Jair Antonio Meneguelli e Lula
Outro grupo defendia o nome de Lula. homem de origem humilde, sem nível superior, líder sindical do ABC, grevista,  presidente do sindicato dos metalúrgicos ão Bernardo do Campo e Diadema, tudo como mandava o figurino. O único problema é que Lula tinha a língua presa e isso não agradava alguns burgueses do partido, que preferiam Meneguelli.

Um dos fatores que pesaram contra o rival de Lula foi justamente seu sobrenome. Era meio italiano. Da Silva soava muito melhor. Assim, Lula foi o escolhido para projetar o partido junto à classe trabalhadora. Os intelectuais preparavam seus discursos a partir dos postulados das velhas cartilhas comunistas, mas temperadas com um marketing político moderno.

A trajetória do PT seguiu todos os procedimentos estratégicos clássicos das cartilhas comunistas, como a propagação de uma mensagem de libertação dos "oprimidos. O segredo do negócio está no "no coletivo". O passo a passo é sempre o mesmo e visa basicamente angariar a simpatia de líderes e núcleos sociais. A tática consiste em métodos óbvios de aproximação com os movimentos sociais, comunidades campesinas, líderes comunitários, núcleos estudantis universitários, "pseudo intelectuais" maconheiros, revolucionários, artistas alternativos e sem talentos, as minorias em geral. Falou em coletivo, entenda-se manipulação de massas "oprimidas". A cartilha aborda ainda o aparelhamento da máquina pública a partir da conquista de pequenas prefeituras e governos de estado, a cooptação dos funcionários públicos a partir do controle dos sindicatos, a tolerância com faltas, atrasos e a negligência de servidores. enfim.

O canto da sereia era sempre o mesmo: de forma generalizada, culpar pessoas bem sucedidas; a classe capitalista; explorar o sentimento de inferioridade de uma classe, voltando-a contra as elites; culpar os Estados Unidos pelas mazelas do Brasil; culpar a Globo pelo golpe militar e toda aquela cantilena marxista leninista (linha de pensamento político que combina os conceitos de imperialismo e centralismo democrático e a mudança de foco revolucionárioque todos os brasileiros conhecem muito bem. Afinal, são 36 anos contando a mesma história.

Mas o fato é que nada disso saiu da cabela de Lula. Estas lições são fruto de um aprendizado secular de estratégias comunista ao redor do mundo.  Estas mesmas técnicas foram usadas em outros cantos como Cuba, Venezuela, México e em vários países da África. O mérito de Lula foi o de assimilar com maestria todas estas lições. Lula aprendeu arte da retorica metafórica futebolística, a arte de destruir reputações, e a habilidade de vender o sonho da redenção da classe trabalhadora, que um dia, ainda iria prevalecer sobre as "zelites" e pisar na cabeça dos burgueses.

O plano dos ilustres fundadores do PT era o de poupar Lula de qualquer cargo executivo, como prefeito ou governados por uma simples razão: todos sabiam que seria um fracasso, assim como foi sua passagem pelo legislativo.
 
Lula falando no plenário 
da Câmara dos Deputados
Eleito deputado federal por São Paulo em 1986, lula obteve uma média medíocre, segundo o Ipea. Foi favorável à limitação do direito de propriedade privada, ao aborto, à jornada semanal de 40 horas, à soberania popular, à estatização do sistema financeiro, a ampliação da reforma agrária, taxação de grandes fortunas, era contra a privatização de estradas, cobranças de pedágios, o lucro extorsivo dos bancos e tudo aquilo que continua do mesmo jeito no Brasil, após 14 anos com o PT no poder.

Durante sua trajetória política de quase 40 anos, o convívio de Lula com  os pobres e representantes da classe trabalhadora ficaram restritos aos comícios  e no corpo a corpo das efêmeras campanhas eleitorais. Por outro lado, Lula conviveu intensamente com o membros do alto escalão do partido, formado por gente da elite, burgueses, intelectuais, empresários e financiadores de suas campanhas. Com essa gente, Lula adquiriu hábitos e gostos sofisticados. Aprendeu a amar os jatinhos, seguranças, ternos italianos, hotéis de luxo, bons vinhos, boa gastronomia e tudo que o dinheiro pode comprar.


Lula seguiu à risca as instruções de seus amestradores.

Após décadas de investimento no projeto "Lula", o sindicalista evolui com o passar dos anos de aprendizado e conseguiu se adaptar as mudanças do cenário político nacional. Lula se mostrou capaz de atender a interesses corporativos dentro da estrutura partidária. Se revelou habilidoso nas negociações com grandes empresários e banqueiros. Desenvolveu maior traquejo com adversários políticos e conseguiu angariar a simpatia de vários setores da sociedade.

O projeto de chegada do PT ao poder  sempre teve como foco central a eleição de Lula. Sua "imagem" foi o centro de todos os investimentos e esforços do partido. Aos integrantes, membros e militantes era imposto o compromisso de enaltecer sua figura em qualquer oportunidade. A imagem de Lula deveria ser associada a todas as candidaturas do partido, desde os candidatos a vereador de pequenos municípios até espaços generosos nas  grandes campanhas de deputados, senadores, prefeitos e governadores.

Durante anos, todos no partido foram obrigados a pronunciar o nome de Lula em entrevistas, comícios, palestras e eventos públicos. Ao longo dos últimos 36 anos, o PT angariou e torrou bilhões de dólares para projetar a figura de seu líder máximo. Aquele que garantiria a ocupação duradoura do poder central do país durante décadas. Aquele que deveria se tornar um mito tão poderoso, que seria um dia capaz de eleger qualquer candidato a qualquer cargo em qualquer lugar do país.

Após décadas de investimentos e três tentativas consecutivas, o PT finalmente chegou ao poder com Lula e mostrou a que veio. O partido se revelou uma grande organização criminosa e levou para Brasília a pior geração de corruptos que os brasileiros já tiveram notícia. Ao longo de 14 anos, o PT colocou em prática toda sua experiência acumulada em aparelhar e dilapidar a máquina estatal. Roubou, desviou e deixou desviar mais dinheiro que todos os políticos de toda a história do pais roubaram juntos em 515 anos de história. Lula e o PT corromperam políticos, empresários, diretores de estatais e juízes.

O PT promoveu um gigantesco esquema de aparelhamento do Estado em nível nacional e internacional. Estava finalmente tudo dominado. O ideal de um grupo de intelectuais burgueses, concebido nas mesas dos cafés de Paris 40 anos atrás, se distorceu, se descaracterizou, mas finalmente prevaleceu. O mais ambicioso plano do poder político de que se tem notícia na história do país foi finalmente implantado pelo PT no Brasil e teve continuidade, através de Dilma Rousseff, a sucessora de Lula na presidência.

Estava tudo indo muito bem. Até que surgiu um rapaz do Paraná que destruiu em poucos meses tudo aquilo que o PT e seus intelectuais gastaram quatro décadas para construir. O juiz federal Sérgio Moro simplesmente aniquilou a imagem de Lula, do PT e de todos seus representantes com apenas algumas etapas da Operação Lava Jato. De nada valeram os bilhões que o PT roubou do povo para investir em tanta farsa. Foi tudo parar no lixo, ao final das contas.

@muylaerte, Todos os direitos reservados. 
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