Pelo menos três mulheres acusam o prefeito de Luziânia (GO), Cristóvão Tormin (PSD), de assédio sexual e moral. De acordo com a denúncia, que corre em sigilo no Ministério Público de Goiás (MPGO), o chefe do Executivo municipal teria feito as investidas contra servidoras e ex-servidoras da prefeitura. As informações são do portal Mais Goiás.
O assunto veio à tona na última quinta-feira (10/10/2019), durante sessão na Câmara Municipal da cidade. O vereador Télio Rodrigues (PSDB) utilizou a tribuna para anunciar que foi alvo de uma ocorrência policial por parte do prefeito.
“Vim à tribuna para repudiar a atitude do prefeito Cristóvão que, em uma tentativa de reverter uma situação que está em andamento em seu desfavor, registrou ocorrência policial contra a minha pessoa pelos crimes de calúnia e difamação, contra a administração pública”, disse.
Logo depois, o parlamentar expôs o motivo pelo qual ele teria sido denunciado: “Existe uma acusação em andamento de assédio moral e sexual, feita por servidoras e ex-servidoras da prefeitura. Crime repugnante. Eu não tenho nada a ver com essas denúncias que pesam sobre o prefeito Cristóvão. Foram mulheres que trabalham com ele”.
Ainda na semana passada, de acordo com o Mais Goiás, Tormin teria ido à delegacia regional da cidade para prestar queixa contra as supostas vítimas e parlamentares, que estariam envolvidos em uma articulação contra ele.
“O prefeito soube da evolução do processo de investigação no Ministério Público e foi ao delegado regional apresentar alegações no sentido de dizer que as vítimas estavam induzindo a situação ao erro com falsa notícia de crime”, afirmou o advogado de três reclamantes, Humberto Kremer Neto, ao portal.
Além disso, ressaltou Humberto, a denúncia do prefeito traria a acusação de que as três mulheres “estariam agindo de má-fé, em articulação com a oposição, formada pelos vereadores Télio Rodrigues (PSDB) e Eliel Júnior (SD), no sentido de denegri-lo”.
Por considerar a manifestação do prefeito como caluniosa, Kremer Neto pediu ao procurador-geral do Ministério Público que essa manifestação do prefeito seja considerada como falsa notícia-crime. “Requeremos, então, um segundo inquérito contra o falso testemunho do prefeito.”
O Metrópoles tentou entrar em contato com Cristóvão Tormin em dois celulares do prefeito na terça (15/10/2019) e na quarta-feira (16/10/2019), mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. No telefone fixo da prefeitura, uma atendente disse que era preciso ligar para um número atribuído ao gabinete de Tormin. Contudo, ninguém atendeu. O espaço continua aberto.