19/10/2019 às 14h17min - Atualizada em 19/10/2019 às 14h17min

GILMAR MENDES, O DONO DO SUPREMO

Como ele agiu para impor sua vontade ao STF

Caro leitor,
O Brasil sabe há tempos que Gilmar Mendes mudou de lado.
Antes um aguerrido defensor da prisão de condenados em segunda instância (a situação de Lula), tornou-se um ferrenho opositor dela.
E, assim, um opositor da Lava Jato.
Gilmar passou a patrocinar o modelo que prevê que os condenados só devem ir para a cadeia depois de esgotados todos os recursos na Justiça.
O que, no Brasil, para quem tem um bom (e caro) advogado, significa NUNCA ir para a cadeia.
Mas como Gilmar atuou para impor sua vontade ao Supremo Tribunal Federal?
A resposta a essa questão está na reportagem de capa da Crusoé, assinada pelos repórteres Caio Junqueira e Fabio Serapião:

Gilmar agiu nos bastidores.
Como um político.
Até encontrar o momento mais propício para atingir seu objetivo.
A reportagem conta por que Gilmar agiu dessa forma. E quais são seus métodos.
O trecho a seguir narra como Gilmar, um notório amigo de tucanos e peemedebistas, se aproximou de Dias Toffoli, um egresso do petismo e potencial adversário.
E como Gilmar atuou para transformar o atual presidente da Corte em um grande aliado:
A relação de Toffoli com Gilmar já era de muita proximidade. O próprio Lula, certa feita, o pegou pelo braço em um evento em Brasília e quis saber sobre a relação íntima entre os dois, uma amizade outrora impensável. Ambos já frequentavam as casas e gabinetes um do outro. Gilmar, espertamente, viu em Toffoli um possível aliado e, aos poucos, foi ganhando a sua simpatia ao mesmo tempo em que apresentava a ele as gostosuras do poder e o ajudava a ampliar sua rede de contatos. Em suma, o velho ministro foi aos poucos mostrando ao novato como fazer para valorizar a caneta que ele tem em mãos, uma fonte inesgotável de poder. A relação foi se estreitando mais e mais. Recentemente, depois que as mulheres de ambos, as advogadas Guiomar Mendes e Roberta Rangel, entraram na mira de um grupo especial da Receita Federal que investigava possíveis fraudes tributárias em suas atividades profissionais, a amizade virou uma aliança ainda mais estratégica. E se somou aos interesses dos amigos dos dois ministros, um oriundo das hostes petistas e outro alinhado aos tucanos e emedebistas. Estava aberta uma janela de oportunidade para transformar a agenda do Supremo em instrumento para enfraquecer a Lava Jato…
A reportagem mostra também como essa a aliança vem minando a Lava Jato.
Trata-se da aliança que já enfraqueceu a luta contra a corrupção empreendida nos últimos anos. E pode ferir de morte o esforço de uma geração.
Mais do que tudo, a reportagem mostra como funcionam os bastidores do poder no Brasil.
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