31/12/2019 às 06h11min - Atualizada em 31/12/2019 às 06h11min

DF: vigilante confessa ter matado Luciana e diz que queria reatar

Alan Fabiano de Jesus, 45, foi ouvido pela PCDF e confessou o crime nove dias depois do feminicídio contra funcionária terceirizada do TSE

Mais de uma semana após o feminicídio de Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, o vigilante Alan Fabiano Pinto de Jesus, 45 anos, confessou ter matado a ex-namorada porque ela não quis reatar o relacionamento. O depoimento prestado ao investigadores nesta segunda-feira (30/12/2019) durou mais de duas horas.

Principal suspeito do crime, Alan estava preso desde 24 de dezembro, um dia depois que o corpo da funcionária terceirizada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi encontrado pela filha no apartamento onde morava, no Sudoeste Econômico. O homem foi localizado no Hospital de Base e, até então, afirmava desconhecer o assassinato da ex-namorada e não se lembrar da razão de estar internado.

Câmeras de segurança registraram a presença do suspeito na escada do prédio onde o crime ocorreu. Ele aparece nas imagens (veja abaixo) munido de um objeto ainda não identificado. De acordo com os investigadores, o corpo da vítima tinha pelo menos “40 marcas de perfuração”.

“O crime está enquadrado em homicídio qualificado pela emboscada, motivo fútil e feminicídio desde que ele foi preso em flagrante. Essa parte está finalizada”, explicou o Ricardo Vianna, delegado-chefe da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro). As investigações, no entanto, prosseguem com o pedido de medidas cautelares em relação a objetos que desapareceram do apartamento da vítima, como a bolsa de Luciana.

Dia do crime

Imagens do circuito do Bloco A10 da QRSW 2 mostram que o vigilante chegou no edifício de Luciana às 20h31 do dia 21 de dezembro e abriu a porta com a senha de segurança.

Ele vestia um casaco com capuz. Às 22h32, a vítima chegou. Vinte minutos depois, o vigilante saiu do prédio levando uma bolsa da ex. Os investigadores responsáveis pelo caso acreditam que ele levou o objeto para simular latrocínio (roubo seguido de morte) e evitar suspeitas sobre ele.

Tornozeleira

Alan usava tornozeleira eletrônica até 4 de dezembro. O motivo foi uma tentativa de homicídio contra Luciana. Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, o acusado teria provocado um acidente de carro de propósito para ferir a vítima quando ela disse que queria terminar o relacionamento. A tentativa de feminicídio ocorreu em outubro deste ano

O vigilante a ameaçou de morte e jogou o veículo em que ambos estavam contra uma árvore. Luciana pulou momentos antes da colisão e se feriu.

Na época, o homem, que é morador de Ceilândia, foi preso em flagrante e denunciado por violência doméstica. Ele passou semanas detido, até que a Justiça concedeu liberdade, mediante uso de tornozeleira eletrônica. Em 21 de outubro, foi realizada a audiência de custódia.

Para ser solto, Alan teve que, além de usar tornozeleira, pagar fiança de R$ 2 mil e se comprometer a manter distância de ao menos 500 metros da vítima. Em 4 de dezembro, a Justiça autorizou a retirada do dispositivo.

 

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