06/03/2020 às 10h41min - Atualizada em 06/03/2020 às 10h41min

​O que é tendencioso também é anti-ético

Infelizmente, parece-nos que está tudo corrompido. Nos dias de hoje, o jornalismo atua em duas vertentes: a) com imagem romântica de juiz social e porta-voz da opinião pública; b) de estrutura empresarial comercial sem ética que recorre a qualquer meio para chamar a atenção e multiplicar suas vendas ou audiência, sobretudo com a dimensão exagerada concedida em entrevistas inverídicas por parte do entrevistado.

Vital Furtado
Correio de Santa Maria


A cada dia vemos a decadência de nossa profissão quando faltamos com a ética ao permitirmos que nossos entrevistados digam mentiras e promovam o ódio contra os seus desafetos com o único objetivo de voltar a ser visto com bons olhos.
Não é raro depararmos com matérias “jornalísticas” que ferem a ética e maculam a imagem dos profissionais de Comunicação. Sobretudo quando se está assistindo a programas em que existe quadro político com interesses politiqueiros e pessoais ou navegando em portais de notícia, quando o choque entre palavras e imagens marca o leitor ou o telespectador, quando o jornalista é (re)conhecido por fazer circular notícias tendenciosas e parciais – crendo que as pessoas acreditam em tudo que ouvem ou assistem.
No programa em que meu amigo Valter Madeirada entrevistou o Vereador Christovam Machado, este vereador, proferiu uma série de contradições, quem sabe, para tentar resgatar o mínimo daquela credibilidade que tinha, porém, ele mesmo jogou na LAMA por suposto envolvimento em um caso que ganhou repercussão na grande mídia, o qual  culminou com a decretação de sua prisão que não foi realizada no primeiro momento porque ele FORAGIU por cerca de dois meses, e por fim, se entregou às autoridades policiais. Creio que cabe não apenas ao amigo Valter, mas, também aos comunicadores que assistiram o quadro, uma reflexão mais profunda sobre o que realmente e dito por cada entrevistado, principalmente se quem esta sendo entrevistado possui uma CAPIVARA que contradiz suas explicações.
Nessa “entrevista?” ficou de forma explícita que o vereador incita o ódio da população ao afirmar diante das câmeras que a Secretaria Municipal de Transportes tem um órgão fiscalizador para fiscalizar a empresa de COUTINHO e a prefeita tem toda a prerrogativa para ir na ANTT finalizar o contrato da empresa.
Não apenas Christovam Machado, mas, todos os vereadores sabem que  “o transporte Interestadual é de responsabilidade única e exclusiva e regulação da Agência Nacional de Transporte Terrestre. tanto no que tange a fiscalização das condições físicas e mecânica dos ônibus, Itinerários e aumento de passagem.”
Mais adiante, Christovam diz que como prefeito (Será que ele vai convencer o eleitor que acompanhou todo esse caso em que ele foi envolvido?), pode ter certeza que vai exigir ônibus novos e respeito com a população... Mais adiante, diz que “com certeza que a prefeita recebe alguma propina e se a empresa está pagando propina não tem como colocar ônibus novos. Com essa colocação, está evidenciada a intenção do vereador em confundir a população em busca de vã notoriedade, até porque ele sabe muito bem que, “Com o transporte nesse caos em que se encontra, novamente a prefeita Sônia Chaves e o Secretário Damião Braz, juntos, travaram uma luta junto a ANTT , e que já se arrasta por alguns meses para tirar essa empresa ou no mínimo melhorar esse transporte interestadual, uma vez que existem aí ônibus chovendo dentro, pessoas se protegendo com guarda chuvas no interior de alguns ônibus, rodas caindo, falta de combustível em percurso, veículo pegando fogo devido pane elétrica trazendo até grande risco aos passageiros e a cidade”.
A matéria citada, ao meu ver com as bênçãos da equipe de jornalismo – infelizmente –, só implica numa repercussão negativa entre os internautas de bom senso, responsáveis e que acompanham os fatos com verdade e lisura. Pois, claramente percebemos a visibilidade virtual dos abusos ali cometidos mediante as respostas do tal vereador e a inquestionável reprovação de grande parte da sociedade diante do ocorrido, como se a deturpação do jornalismo fosse algo corriqueiro. Porém, se o sensacionalismo jornalístico fosse motivo de punição (por si só), muitas grades de emissoras de televisão e radiodifusão estariam desfalcadas de programas que lhes rendem enorme audiência – bem como muitos portais denominados noticiosos seriam proibidos de divulgar boa parte de suas matérias da editoria de Política.
Nada tenho contra o vereador Christovam Machado, mas, a meu ver, meu amigo Valter Hamilton perdeu uma grande oportunidade de perguntar ao entrevistado se ele está apto judicialmente para ser candidato, se não será atrapalhado pelo fato de ter envolvimento com o suposto suborno na fuga de detentos, se  a quebra de DECORO acatada pela primeira Comissão seá julgada pela NOVA COMISSÃO ou se será um assuntoEMPURRADO COM A BARRIGA conforme está sendo demonstrado...etc. E ainda, perguntar também porque o Vereador Cristovam Machado entrou na justiça através de seu advogado com a intenção de processar a Câmara de Vereadores e o presidente da casa o vereador Gessivan Diniz dos Santos alegando que, embora foragido, não indo trabalhar e não comparecendo as sessões merece estar recebendo o seu pequeno salário de aproximadamente nove mil reais.
No entanto, o princípio da ética relacionada aos jornalistas é deixado de lado, porque não dá audiência, não gera acesso, não dá dinheiro e nem Ibope. E o jornalismo político em Novo Gama não é discutido para passar por uma reformulação quanto à  comunicação por que… não é a pauta do dia, não adianta, a maioria dos que se dizem Jornalistas está muito ocupada e querendo saber qual candidato a vereador é melhor ou tem mais dinheiro que o outro...e, se esquecem que a cada dia as informações se tornam mais desacreditadas e deploráveis.
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