08/03/2020 às 12h39min - Atualizada em 08/03/2020 às 12h39min

Diretor da UnB é ameaçado após fechar praça usada por traficantes

O argumento para demolir a "Pracinha da FAU" foi a insegurança. No entanto, estudantes protestam contra o fim do espaço de convivência

MANOELA ALCÂNTRA
METRÓPOLES

A demolição da conhecida “Pracinha da FAU”, localizada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), provocou reações de diversos tipos na comunidade acadêmica e fora dela. Pessoas ligadas ao diretor da FAU, Marcos Tadheu Magalhães, denunciaram que, desde a ação para acabar com a praça, no fim de fevereiro, ele vem sofrendo ameaças de morte.

Em redes sociais, internautas dizem que querem vê-lo morto e o chamam de fascista e autoritário (veja imagens abaixo). A Polícia Federal será acionada para investigar o caso.

Por outro lado, um grupo de alunos ouvidos pela reportagem reclama da ação e também diz sofrer ameaças. No caso dos estudantes, a pressão, segundo eles, é para obedecer as regras, sob pena de serem jubilados.

A confusão em torno do espaço de convivência começou com a reclamação de professores acerca da segurança deles em sala de aula. As informações são de que o local, construído há cerca de 20 anos, havia virado um ponto de tráfico de drogas e abrigo para moradores de rua.

Conforme o Metrópoles mostrou em reportagens publicadas ao longo dos últimos anos, a UnB acumula casos de violência que têm como pano de fundo o tráfico e o uso de entorpecentes em suas dependências.

Dois professores relataram, em cartas enviadas ao diretor da FAU, terem presenciado a entrada de usuários de drogas no meio de suas aulas no período noturno. Além disso, computadores, instrumentos de medição e outros equipamentos foram roubados da FAU após as grades serem quebradas. O prejuízo é estimado em R$ 15 mil.

“A praça era uma ameaça. Além disso, a porta que dá acesso ao Instituto Central de Ciência (ICC) foi fechada, pois 2 mil pessoas passavam por ali diariamente. Entre elas, estudantes e pessoas de fora também. Visualmente, parecia a cracolândia”, disse um dos professores da UnB, que pediu para não ser identificado.
 

Veja publicações na internet sobre a situação:

 
 
Informativo

Em circular sobre o tema, de 2 de março, data posterior à demolição, a direção da FAU fixou informativo nas portas das salas de aula. O documento afirma que as ações são para garantir a segurança dos alunos.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »