O objetivo é apurar suposta venda ou direcionamento indevido de lotes do programa habitacional da Codhab por ex-servidores comissionados da Administração de Sobradinho II.
A investigação é da Divisão Especial de Combate à Corrupção da Cecor. Informações recebidas pela Polícia Civil apontam que cerca de 30 lotes, cada um com valor de mercado aproximado de R$ 120 mil, situados no conjunto 4 da AR11 de Sobradinho II, foram ocupados de forma irregular.
Os ocupantes não têm certidão positiva expedida pela Codhab e nem registro no órgão. Alguns também estavam munidos de escrituras em formato não reconhecido pela companhia.
As investigações apontam que, entre os suspeitos, estão pessoas com vínculo de parentesco com funcionários da Administração Regional de Sobradinho II, no último ano do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), em 2018.
De acordo com a PCDF, foram contemplados, em 2018, a esposa, quatro irmãos, dois cunhados e quatro amigos do diretor de Articulação, Coordenação de Desenvolvimento da Administração Regional de Sobradinho II, bem como a mulher do gerente de Licenciamento, Obras e Atividades Econômicas, e um casal de amigos do administrador regional à época. Cada um com um lote.
As investigações apontam que, ainda no ano de 2018, o então administrador regional e o diretor de Articulação, Coordenação de Desenvolvimento autorizaram a ligação de energia elétrica a ser instalada nos endereços de seus parentes e amigos beneficiados. Há ainda indícios de comercialização de lotes, com suposto envolvimento de ex-servidores da Administração Regional de Sobradinho II.
Foram cumpridos os mandados de prisão temporária contra ex-servidores suspeitos, bem como de busca e apreensão na residência deles e também de beneficiários de alguns dos imóveis.
Os alvos da operação são suspeitos de crimes de corrupção, ativa e passiva, estelionato contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
A PCDF ressaltou que a atual gestão da Codhab contribuiu com as investigações. O nome da operação, Sesmaria, reporta ao lote de terras distribuído a um beneficiário em nome do rei de Portugal no Brasil colonial. As concessões de Sesmarias se fizeram sem critérios, geralmente cedidos por favoritismo político do Monarca aos amigos do regime.