A concessão de bolsas no programa estava em declínio desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, com uma redução de 1,2 milhão de beneficiários entre maio de 2019 e março deste ano. A crise causada pela Covid-19 estancou a queda nas inscrições do programa.
O aumento, contudo, não é suficiente para acabar a fila de 1,6 milhão de pessoas que esperavam para começar a receber o Bolsa Família em fevereiro deste ano. No início da gestão Bolsonaro, essa lista de espera estava zerada. Os dados são do Ministério da Cidadania e foram compilados e analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
Por região
Quando a separação é feita por unidade da Federação, Roraima teve a maior expansão. O número de famílias recebendo o benefício passou de 43,3 mil em março para 52,2 mil em abril. Um avanço de 20,7% ou 8,9 mil pessoas.
O Distrito Federal vem em segundo lugar com um crescimento de 19,5% na quantidade de beneficiários, que saltaram de 70,4 mil para 84,1 mil. O DF era o local com a maior fila proporcional do Bolsa Família em fevereiro. Já São Paulo ficou na terceira colocação, com um avanço de 18,1% no total de inscritos no programa: saiu de 1,356 milhão para 1,601 milhão. Veja no gráfico a seguir os dados por UF:
Apesar do forte avanço no aumento de benefícios em abril, ainda há pessoas na lista de espera do Bolsa Família. O estado que chegou mais perto de zerá-la foi Roraima: o acréscimo de 8,9 mil pessoas no programa representa 98,9% da fila — em fevereiro eram 9 mil pessoas aguardando.
Em seguida vem Rondônia, com 93,1% da fila contemplada, e Ceará, com 92,7%. O gráfico a seguir mostra a relação entre a quantidade de novos beneficiários e o tamanho da lista de espera em fevereiro deste ano:
Municípios
Florianópolis foi a capital com o maior crescimento de beneficiários, com um avanço de 54,3% entre março e abril. O município tinha 5.226 famílias recebendo a bolsa em março e 8.066 em abril. O prefeito da capital de Santa Catarina, Gean Loureiro é do DEM, partido do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Em segundo lugar vem Boa Vista (RR), com um crescimento de 43,6% na quantidade de beneficiários. O terceiro lugar é de Campo Grande (MS), que teve uma alta de 35,65%.
Apesar da forte alta entre um mês e outro, nem todo município teve um crescimento na quantidade de inscritos no programa. Ao todo, 486 cidades registraram uma queda no número de beneficiários. Entre elas, apenas 34 não tinham a lista de espera em fevereiro deste ano. Outras 212 cidades permaneceram com o mesmo número de favorecidos entre março e abril. Delas, 42 tinham a fila zerada em fevereiro.
A maior cidade a perder inscritos no programa foi Mogi das Cruzes (SP), que tem uma população de 445,8 mil pessoas. Em fevereiro, a fila de espera para receber o Bolsa Família estava em 3,8 mil pessoas. Apesar disso, a quantidade de beneficiários passou de 24.001 pessoas em março para 23.995 pessoas em abril