Há alguns meses, é recorrente a realização de atos ao redor do Palácio do Planalto em apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e em defesa de pautas antidemocráticas, como o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente participa desses atos geralmente da rampa do Palácio do Planalto.
A autorização para o inquérito partiu do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a realização de diligências mantendo a investigação em sigilo. O inquérito foi aberto em 21 de abril, mas outros atos ocorreram desde então. Eles estão sendo monitorados pela investigação.
Moraes apontou que a Constituição não permite o financiamento e a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático, nem tampouco a realização de manifestações visando ao rompimento do Estado de Direito.
O Metrópoles mostrou na última quarta (06/05) que militantes estão se organizando em grupos como o 300 do Brasil para pressionar instituições, principalmente o Supremo e o Congresso. Em vídeo na manifestação investigada pelo Supremo, a influenciadora digital bolsonarista Sara Winter fala na presença de deputadas federais como Bia Kicis (PSL-DF) em mostrar “coercitivamente” aos ministros do Supremo que eles não são “semideuses”.
O grupo conseguiu arrecadar R$ 57 mil em uma vaquinha virtual para financiar sua manutenção. Os doadores são, em sua maioria, anônimos.
Outros militantes prometem uma invasão ao Supremo para acabar com a “patifaria”.
Os grupos estão organizando pequenos atos diários em defesa de Bolsonaro na região da Praça dos Três Poderes e devem estar presentes em manifestação marcada para este sábado (09/05) em Brasília.
A decisão de Moraes sobre a investigação sigilosa concluiu ser imprescindível a “verificação da existência de organizações e esquemas de financiamento de manifestações contra a Democracia e a divulgação em massa de mensagens atentatórias ao regime republicano, bem como as suas formas de gerenciamento, liderança, organização e propagação que visam lesar ou expor a perigo de lesão os Direitos Fundamentais, a independência dos Poderes instituídos e ao Estado Democrático de Direito, trazendo como consequência o nefasto manto do arbítrio e da ditadura.”