A Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema) iniciou, neste mês de maio, a elaboração do novo Mapa de Cobertura Vegetal e Uso do Solo do Distrito Federal. O mapeamento é uma ferramenta de auxílio à gestão territorial e insumo básico para o monitoramento da dinâmica de ocupação. Além disso, ajuda a identificação do estado da cobertura vegetal e fornece dados para ações de conservação e recomposição da vegetação natural.
O cerrado, segundo maior bioma da América do Sul, é considerado a mais rica savana do mundo
O cerrado é um dos ‘hotspots’ para a conservação da biodiversidade mundial. O termo é utilizado para designar lugares que apresentam uma grande riqueza natural e uma grande biodiversidade, mas que se encontram ameaçados de extinção ou que passam por um corrente processo de degradação.
O novo mapa que está sendo produzido pela Sema ficará pronto em quatro meses e seguirá padrões já convencionados, tendo por base o Manual Técnico de Uso da Terra (IBGE, 2006) e as classificações utilizadas pelo Inventário Florestal Nacional no Distrito Federal, realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (2016). E, por essas razões, deverá ser o mapa oficial da cobertura vegetal e uso do solo no DF.
O mapeamento está sendo elaborado com a utilização de ferramentas de geoprocessamento e técnicas de sensoriamento remoto, conjugadas com aferições das características da paisagem obtidas por meio de trabalhos de campo.
A iniciativa integra o Projeto CITinova – Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis, coordenado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) e gestão do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cuja execução no DF é de responsabilidade do GDF, por meio da Sema.
Os processos de mudança na cobertura vegetal no planeta vêm ocorrendo de forma mais intensa nas últimas décadas. Tais alterações têm produzido impactos ambientais significativos no Distrito Federal, como a erradicação e degradação da vegetação nativa, a erosão, a diminuição na vazão dos rios da região, os assoreamentos e aumento das queimadas, as perdas de habitats, as alterações na fauna e a redução da biodiversidade, dentre outros.
“A conservação das espécies, a manutenção dos recursos hídricos, a mitigação das mudanças climáticas e a reparação dos danos ambientais exigem o planejamento adequado de medidas conservacionistas, bem como das atividades que usam ou modificam a natureza. Para isso, é fundamental a geração de dados acurados e atualizados de distribuição da cobertura vegetal nativa e usos socioeconômicos do solo”, destacou o secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho.
Segundo o assessor da Secretaria Executiva da Sema, Edgar Fagundes, a expectativa é que a disponibilização de um mapeamento da cobertura vegetal de maior confiabilidade e melhor resolução que o atualmente disponível no DF proporcione um salto de qualidade para os trabalhos de monitoramento e controle da ocupação da terra, fiscalização ambiental e emissão de atos autorizativos.
Além disso, o novo mapa auxiliará na atualização e refinamento das áreas prioritárias para a conservação e restauração da biodiversidade, desenho e gestão de Unidades de Conservação, análises do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA), e direcionamento de recursos de fomento e incentivo econômico à sustentabilidade, entre outros benefícios.
O cerrado possui a mais rica flora dentre as savanas do mundo (mais de 7.000 espécies). A riqueza de espécies de aves, peixes, répteis, anfíbios e insetos é igualmente grande. Nos últimos 35 anos mais da
metade dos 2 milhões de km2 originais do bioma foram cultivados com pastagens plantadas e culturas anuais.