A pasta comandada pelo astronauta Marcos Pontes enfrenta graves problemas de orçamento e convive com a imposição de cortes de bolsas de estudo. Portaria editada pelo governo em março deste ano, por exemplo, excluiu os alunos de ciências humanas dos que podem receber bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para colocar o letreiro, porém, houve dinheiro. O Metrópoles questiona a pasta há mais de um mês sobre o custo da instalação, que fica em cima de plataformas com rodas e pode ser recolhida para a área interna do ministério. A informação só foi repassada por meio de um pedido via Lei de Acesso à Informação.
Segundo o MCTIC, o grupo de letras de aço tipo “metalon” custou R$ 138,6 mil. Elas foram produzidas, ainda de acordo com a pasta, pela empresa Movimento Gráfica “que possui contrato para fornecimento de produtos gráficos junto ao MCTIC”.
No bloco que fica na via S1, além das letras que identificam a pasta de Marcos Pontes, há o MDR de Ministério do Desenvolvimento Regional. É que os dois órgãos dividem o mesmo espaço. Mas o ministério comandado por Rogério Marinho informou, via assessoria de imprensa, que ganhou a identificação de presente dos colegas de prédio e não tinha nada a ver com a iniciativa.
Em contato telefônico há algumas semanas, um assessor do MCTIC justificou informalmente a compra das letras como parte das comemorações pelos 38 anos da pasta. Ele prometeu uma nota oficial com mais informações, mas a resposta nunca chegou.
O assessor informou também que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) teria autorizado a colocação dos letreiros, que têm pouco mais de um metro de altura.