Há exatamente um mês, no dia 23 de abril, o Estadão noticiava como certa a saída de Sérgio Moro do governo federal.
Já vinham de longa data essas especulações. Durante todo o primeiro ano da administração Bolsonaro, a mídia de todas as maneiras tentou fazer colidir dois dos homens mais queridos pela população. Calculava-se que o rompimento com o grande herói da Lava-Jato seria o prenúncio da queda do Capitão-presidente.
Entretanto, no mesmo dia 23, interlocutores do ministérios e fontes de Brasília cravavam que era só boataria, chamou-se inclusive de fake news.
Mas havia mesmo algo de podre no reino tupiniquim.
Na manhã do dia 24, uma sexta-feira, para surpresa geral o então ministro da Justiça e Segurança Pública convocou uma coletiva de imprensa – coletiva que chegou ao conhecimento do público por Bela Megale d’O Globo.
Auditório Tancredo Neves abarrotado. Jornalistas e servidores ombreando-se por um melhor lugar. Muitas fotos, como em dias históricos. Programação da TV interrompida para transmitir em tempo real as palavras do ex-juiz.
Moro anunciou seu pedido de demissão, estava mesmo fora do governo. E o simples anúncio já seria suficientemente chocante, uma bomba. Todavia, em ato inesperado, o ministro, sempre avessos às rezingas políticas, saiu atirando, e atirando para matar, para enterrar de uma vez para sempre o mito de que Bolsonaro representava a nova política, que estava ali para fazer diferente dos predecessores corruptos. O presidente estaria subvertendo