Ao final da entrevista por videoconferência com o jornalista Oswaldo Eustáquio, a médica oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi, cotada para assumir a pasta da saúde, fez uma oração pelo Brasil.
Cristã, Nise voltou a defender a hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 no Brasil. Ela também afirmou ser contra o aborto. E chorou enquanto declarava as palavras religiosas.
Confira na íntegra a oração de Nise Yamaguchi.
“Senhor Deus, nosso pai, em primeiro lugar eu quero agradecera oportunidade de estar viva aqui, ao vivo, e com mais de 13 mil pessoas do meu país, Brasil, onde nasci, onde escolhi viver. Porque quando eu estava na Alemanha, aos 23 anos de idade, eu recebi o convite de vir trabalhar Einstein, em São Paulo, eu fiquei uma noite pensando: ‘onde precisam mais de mim. Na Alemanha, na Suíça ou no Brasil. eu pensei: no Brasil. E quando eu perguntei, eu estava sendo chamada para ser oncologista. ‘Eu tenho estrutura emocional, espiritual, para ser oncologista o resto da minha vida’? Ele disse sim. Mas eu não imaginei que a tarefa que a mim seria pedida, após as lutas com câncer, com aids, com imunologia, imunoterapia e etc, fosse impedida cargo máximo de orientar num momento de crise dentro de um comitê de crise. Eu sei que ninguém sozinho pode nada, mas somente Tu podes tudo. Os pacientes que já faleceram desnecessariamente, deram sua vida. Não podem ser em vão. As famílias que sofrem as perdas, elas são um exército de almas que podem multiplicar para ajudar outras pessoas. Que o legado de todos aqueles que se foram permaneça empanginada em nossos corações para nos dar força e coragem de vencer todas essas dificuldades e barreiras. Mas eu peço cima de tudo que a ciência continue se ampliando para dar mais esperança, mais capacidade de enfrentarmos todas essas doenças necessárias. Mas, acima de tudo, que haja uma cura do sistema, da alma, uma cura em direção a vida plena. Que as pessoas saibam que somos seres interdimensionais, universais e que não estamos sós. E que possamos ser os instrumentos adequados da vida para que ela permaneça fluindo, frutificando. Que sejamos sementes em terreno fértil. Que a gente possa fazer crescer árvores frondosas e com ainda mais frutos. E o dia que formos [embora] do planeta, que nossas obras sejam compartilhas. E que muitas pessoas se salvem para poderem ter seus filhos, seus netos. E que possam ser alimentados pela sabedoria dos mais velhos. Porque essa doença ela ceifa os mais velhos. Então, o papel do idoso no Brasil precisa ser mais valorizado. O país era um país de jovens, então o idoso ficava encostado. E o idoso precisa ser valorizado como nas culturas orientais. A minha mãe tem 85 anos, meu pai morreu aos 49, num acidente de carro em Cascavel. Mas minha mãe está viva, e minha filha e meu genro querido cuidam muito bem dela. Eu acho que precisamos valorizar mais o idoso, a sabedoria que ele nos traz e a raiz que ele nos dá. E que a gente possa salvar as pessoas que são mais sofridas e necessárias em todas as áreas, não só no Covid, não só no câncer, mas que possamos construir um patamar melhor e possamos ter um país próspero, cheio de vida e uma indústria pujante, com parques tecnológicos, com inovações. Que o nosso brasileiro, com a sua inteligência, com a sua criatividade, e essa capacidade de superação tenha de volta a sua indústria, que nós fomos sucateados. É somente importando, importando, importando. A gente precisa criar, sim, a nossa estratégia. Nos primeiros dias do covid, eu atendi um paciente do BNDES e eu falei para ele: agora é hora de investir no desenvolvimento da nossa indústria, porque a gente sentiu falta de termos os insumos aqui. E eu acho que nós temos muito a aprender e ensinar. E que a troca é necessária, útil. Mas eu agradeço ao Senhor essa chance. E gostaria de dizer também ao presidente Bolsonaro, a sua família, que eu agradeço ver seu empenho em ajudar o país, que eu não tinha uma visão exata dessa dinâmica. Porque eu realmente nunca tive a oportunidade de conhecê-lo antes. E para mim foi uma grata surpresa de quando tivermos alguns almoços e discutimos a questão da hidroxicloroquina como uma das bases. E eu gostaria de dizer que realmente, que há muito mais que a hidroxicloroquina, mas a primeira coisa é a vontade de curar, que está na essência da minha vida. Inclusive, fui indicada para o prêmio Jabuti. Eu agradeço a todos os que me antecederam na ciência, na educação. Eu agradeço todos os meu mestres, antepassados. Meu pai foi um grande empresários, um grande japonês. Eu agradeço também a comunidade japonesa, pois sou japonesa e também brasileira, que faço parte dessa civilização multicultural.”