27/05/2020 às 07h22min - Atualizada em 27/05/2020 às 07h22min

Arquidiocese repudia envolvimento de católico em supostos estupros no DF

Investigado pela PCDF, Elithon Carlito Silva Pereira é acusado por sete pessoas de ter cometido estupro de vulnerável. Igreja o afastou

VITOR FUZEIRA
METRÓPOLES
m nota oficial, a Arquidiocese de Brasília repudiou o envolvimento de um integrante da comunidade católica do Distrito Federal em acusações de estupro. Segundo investigação em andamento na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o ex-integrante da Paróquia Santa Mãe de Deus Elithon Carlito Silva Pereira foi denunciado por sete pessoas como autor de estupros contra vulneráveis. Mas o total de casos ainda pode aumentar.
 

Além de sustentar que a Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, onde o suspeito reside atualmente, e seu pároco “não têm qualquer relação com os crimes apontados”, a Arquidiocese informou no texto divulgado nessa terça-feira (26/05) que Elithon Carlito da Silva Pereira foi conduzido à 20ª Delegacia de Polícia (Gama) assim que o padre tomou conhecimento das denúncias.

“O pároco já esteve na delegacia e apresentou todas as informações que tinha a seu alcance e que possam auxiliar o trabalho de investigação”, registrou a entidade.

A Arquidiocese destacou não ter conhecimento dos fatos antes de a investigação da Polícia Civil ter início, mas disse esperar “sua rigorosa apuração para pronta realização da Justiça”.

Conselho Tutelar

Tom, como o suspeito é conhecido na comunidade católica, virou alvo de investigação da PCDF após adolescentes e jovens adultos procurarem a 20ª DP. Eles relataram serem vítimas de abusos supostamente promovidos pelo investigado.
 

Entre os alvos dos abusos, estariam os coroinhas da igreja. Os pais de uma das vítimas que procuraram a PCDF disseram que o crime teria ocorrido em 2016.

Além do trabalho com jovens católicos, o suspeito tentou vaga no Conselho Tutelar do Gama. Ele participou, como candidato, das últimas eleições realizadas pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). O pleito aprovou os servidores para atuação no mandato entre 2020 e 2023.

 

Segundo o resultado do processo, o investigado só recebeu cinco votos de toda a comunidade local. O baixo resultado não foi suficiente para garantir sua eleição.

Veja:

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Apuração em sigilo

Ao Metrópoles, o delegado-chefe da 20ª DP, Francisco Antônio, afirmou que a unidade policial já tomou conhecimento de, ao menos, sete denúncias. “Os crimes estão caracterizados como estupro de vulnerável. Sete vítimas já oficializaram o registro, mas o número não está fechado”, explicou o policial.

Segundo Antônio, os crime seriam cometidos fora do ambiente do templo religioso. “As situações não ocorreram dentro da igreja, mas, pelo que nos foi relatado, o mesmo fazia o uso de sua posição na comunidade para poder ganhar a confiança das vítimas”, finalizou o investigador.

A Polícia Civil ainda espera colher o depoimento do investigado. Não foram divulgados detalhes sobre a dinâmica dos crimes. A investigação corre em sigilo, pois parte das vítimas é menor de idade.

Tom ficou conhecido pelos trabalhos de acolhimento que realizou com jovens na época em que integrava a comunidade de fiéis da paróquia Santa Mãe de Deus, em Santa Maria.

Fiéis da congregação ouvidos pela reportagem relatam que, após a denúncia dos pais do coroinha, Tom deixou o ministério e passou a morar na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Gama, a convite do padre responsável pela igreja.

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Afastado

Também em nota, o Ministério Vida e Luz, da qual Tom fazia parte, confirmou ter tomado conhecimento das denúncias apresentadas contra o suspeito e pontuou que Elithon está desligado de todas atividades religiosas.

Ainda no documento, a entidade afirma que aguarda o fim das investigações para se pronunciar sobre as acusações. “O ministério coloca-se à disposição das autoridades para qualquer esclarecimentos”, diz trecho da nota.

A reportagem entrou em contato com Elithon para comentar as acusações, mas ele não respondeu. O espaço está aberto para manifestações.


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