06/06/2020 às 11h22min - Atualizada em 06/06/2020 às 11h22min

Médico do DF acusado de desviar respiradores foi investigado na Máfia das Próteses

Fabiano Duarte Dutra foi inocentado pela Justiça na Operação Mr. Hyde e agora volta a ser alvo de investigação da PCDF

CARLOS CARONE/FRANCISCO DUTRA
METRÓPOLES
Um dos principais alvos da Operação In Rem Suam da Polícia Civil do Distrito Federal, deflagrada nesta quarta-feira (03/06), e que apura suposto desvio de equipamentos de hospitais públicos do DF, especialmente respiradores, é o médico que já esteve na mira da PCDF. Fabiano Duarte Dutra (foto em destaque), que atualmente está lotado como diretor de Atenção à Saúde do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF), já chegou a ser preso acusado de envolvimento em outro esquema: da Máfia das Próteses.
 

Desta vez, investigadores miram um grupo responsável pelo desvio de materiais na rede pública que seria seria liderado pelo médico. Fabiano Duarte Dutra é traumatologista e ortopedista e trabalhou na Medicina Cirúrgica do Hospital de Base do DF. Foi nomeado diretor do Hospital Regional de Santa Maria em março do ano passado. Antes, chegou a ser preso preventivamente por suposto envolvimento na Máfia das Próteses. Em agosto de 2017, acabou inocentado por falta de provas, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Contudo, o Ministério Público apelou da absolvição e o processo continua tramitando.

As investigações desta quarta-feira (03/06), conduzidas pela Divisão de Combate ao Crime Organizado (Draco), da Coordenação Especial de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), e que tem o apoio do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), apontam para a possível atuação do servidor no esquema de desvio de materiais em meio à pandemia de coronavírus.

Ele teria se aproveitado da crise e de contratações emergenciais para desviar materiais, principalmente respiradores, e posteriormente revendê-los tanto a particulares quanto ao próprio Governo do Distrito Federal, por meio de empresa acusada de participar do esquema.
 

Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no DF, com a participação de 50 policiais civis, a fim de averiguar os desvios de materiais. Os alvos são as casas do médico, o próprio Iges-DF e a empresa investigada, uma importadora de produtos hospitalares situada no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), bem como seus sócios.

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Até o momento, a suspeita é da prática dos crimes de peculato e advocacia administrativa.

Iges e Saúde

 

Em nota, o Iges e a Secretaria de Saúde informaram que estão colaborando com as autoridades nesta quarta-feira (03/06).

“O Iges-DF reforça que a gestão é pautada pela transparência, não tolera irregularidades e todos os dados necessários serão repassados à equipe que conduz a operação. Ressalta, ainda, que não adquiriu insumos ou equipamentos com as empresas investigadas”, acrescentou o instituto.

O nome dado à operação — In Rem Suam — vem do latim e significa: “mandato em causa própria”.

Fabiano Duarte Dutra prestou depoimento na manhã desta quarta-feira. Logo em seguida, foi liberado. Segundo Cleber Lopes, advogado de defesa do médico, “não houve absolutamente nenhum desvio de conduta”.

 

 

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