A pandemia do novo coronavírus já provocou 226 óbitos e quase 17 mil infectados no Distrito Federal. Somente no período de 24 horas de domingo para segunda-feira, foram mais 10 mortes. Como Ceilândia parece ser o epicentro da Covid na região, o governo decidiu incrementar as condições de atendimento do hospital da cidade, que recebeu até o início da noite mais 28 pacientes.
Os 31 leitos da Emergência que atendiam as especialidades de ortopedia e cirurgia geral passaram ser exclusivos para pacientes com coronavírus. Além disso, outros dez leitos de terapia intensiva foram reformados para receber os pacientes mais graves; seis deles já estão ocupados.
O atendimento aos casos de Covid-19 em Ceilândia só foi possível após as estratégias montadas pelo gabinete especial da Secretaria de Saúde na região. Entre elas, a transferência das especialidades de ortopedia e cirurgia geral do HRC para os hospitais regionais de Santa Maria (HRSM) e Taguatinga (HRT). Enquanto isso, casos de abdômen agudo e outras patologias cirúrgicas não traumáticas são encaminhadas ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam).
As três unidades passaram a atender a demanda das regiões de saúde Oeste e Sudoeste de forma temporária. Com isso, o espaço que abriga os leitos da ortopedia e cirurgia geral no HRC pode ser separado para o atendimento aos pacientes com coronavírus.
Ainda assim, as equipes ortopédicas e cirúrgicas continuam no hospital da Ceilândia para atender os internados. A princípio, eles serão transferidos da unidade à medida que mais leitos para Covid-19 forem sendo ocupados. Com isso, as equipes vão, gradativamente, sendo direcionadas para o hospital de Taguatinga.
A transferência de recursos humanos é prevista na Portaria nº 220, de 7 de abril de 2020, para lotação e movimentação provisória dos servidores da Secretaria de Saúde durante o período de pandemia. Dessa forma, a escala de servidores das especialidades do HRC seria cumprida no HRT, temporariamente, enquanto durar essa mudança. O planejamento da Secretaria de Saúde é que esse fluxo seja mantido pelos próximos 60 dias.
Especialidades
Apesar da mudança de fluxo no HRC, o restante das demais especialidades no hospital, como ginecologia e pediatria, por exemplo, continuam funcionando normalmente.
Porém, uma das mudanças nesse sentido foi em relação a determinados grupos de pacientes. Crianças de colo, puérperas e gestantes suspeitas ou confirmadas com a doença em Ceilândia estão sendo direcionadas para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência em atendimentos voltados à Covid-19.
Plano
As mudanças no fluxo de atendimento ocorrem como parte do plano estratégico dos gestores do gabinete especial da Secretaria de Saúde, montado em Ceilândia, para reduzir o aumento de casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na região.
Mais novidades incluem a entrega de uma nova UPA em dezembro; a instalação de um hospital acoplado ao HRC, fruto de uma doação da empresa JBS, com 73 leitos, três deles com suporte respiratório; e a entrega de um hospital de campanha de 60 leitos, sendo 20 com suporte respiratório. A previsão inicial é que ambos sejam abertos em 60 dias.