10/06/2020 às 12h01min - Atualizada em 10/06/2020 às 12h01min

Advogados são acusados de forjar procurações para ganhar indenizações

Enquanto um agia processando uma operadora de internet com documentos falsos, o outro, que era funcionário da empresa, articulava acordo para lucrar com indenização

Dois advogados do Distrito Federal são investigados pela Polícia Civil (PCDF) acusados de forjar procurações em nome de terceiros e aplicar golpes contra uma empresa operadora de internet fixa. Entenda o caso:

Desde 2018, um dos advogados agia contratando pessoas para realizar falsas pesquisas de mercado. O suspeito pagava R$ 20 para as vítimas responderem perguntas e, durante o procedimento, pedia documentos de identificação delas para registro. Ele também usava um quiosque em um movimentado shopping do DF para captar pessoas para um suposto sorteio de produtos no Instagram, onde também solicitava os documentos.

De posse dos documentos das vítimas, o advogado falsificava procurações, comprovantes de residência e contratos de internet. Em seguida, o acusado entrava com pedidos de indenizações contra a operadora, dizendo que o nome das vítimas havia sido negativado em empresas de análise de crédito. Ele teria feito isso 32 vezes.

Outro advogado

Neste momento, o outro advogado acusado aparece na história. Ainda quando estagiário, o suspeito atuava no escritório de advocacia que representava a operadora de internet. Ele tratava os pedidos de indenização e propunha acordo extrajudicial, geralmente de R$ 3,5 mil cada. Este procedimento, inclusive, não costumava ser adotado pela empresa. 

Em resumo, o primeiro advogado, que captou documentos de outras pessoas para entrar com os pedidos de indenização, acabava levando R$ 3,5 mil em cada acordo. Os golpes renderam ao grupo cerca de R$ 100 mil.

Mandados de prisão

A operação, batizada de Patrono, foi deflagrada nesta quarta-feira (10), pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf/PCDF). Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, nas regiões do Sudoeste, Gama e Taguatinga.

Os acusados poderão responder pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos. As investigações seguem. 

 

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