Na primeira operação, batizada de Profilaxia, criada para investigar desvios no Rio de Janeiro, ele chegou a ser preso. André Felipe atuou como representante comercial da SKN do Brasil Importação e Exportação, responsável pelas vendas. O pagamento foi feito à empresa de forma antecipada.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, os integrantes da empresa sabiam que o modelo do equipamento não era adequado para o tratamento, tendo uma força menor do que a necessária para a ventilação dos pacientes.
Na primeira operação da PF durante a pandemia, o empresário estava em um apartamento na Asa Sul quando foi preso e levado à Superintendência Regional da Polícia Federal no DF. No imóvel, foi apreendido um disco rígido de computador.
Na Operação Para Bellum , realizada nesta quarta-feira (10/06), foram realizados 23 mandados de busca e apreensão no Pará e em mais cinco estados (RJ, MG, SP, SC, ES) e no Distrito Federal. O governador do estado, Hélder Barbalho, também foi alvo no Palácio dos Despachos, sede do governo, e nas secretarias de Saúde, Fazenda e Casa Civil. André Felipe é investigado por integrar a empresa que forneceria o produto para o executivo paraense.
A assessoria do senador Izalci Lucas foi procurada, mas não havia se manifestado até a publicação da reportagem.
A compra dos respiradores, com dispensa de licitação, para tratar pacientes com Covid-19, custou ao estado R$ 50,4 milhões. Metade do pagamento, de acordo com a PF, foi feito à empresa fornecedora dos equipamentos de forma antecipada.
Os aparelhos, no entanto, eram de modelo diferente do contratado e não serviam para o tratamento da Covid-19 e foram devolvidos. No caso da primeira operação, os equipamentos não chegaram.
Na visão do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), há provas que apontam fraude de licitação e prevaricação (contra a administração pública) cometidas pelo chefe do Executivo estadual. Falcão informou também que não se pode afastar possível ato de corrupção.
Além do governador Hélder Barbalho, é alvo das buscas o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame. Outras 11 pessoas, incluindo sócios da empresa investigada e servidores públicos estaduais, também são alvos dos mandados.