De cara nova, o lugar, inaugurado há mais de 50 anos, ganhou outra vida. E não só esta como outras cinco instituições de ensino das sete que fazem parte da região rural do Gama. O que agradou muito aos professores e à direção da escola, mais ainda a comunidade local, com direito a elogios cheios de gratidão.
Aos exemplos. O teto antigo da Escola Classe Ponte Alta de Cima, onde antes havia telhas de barro e madeira já apodrecida, ganhou telhado de zinco e teve toda a parte elétrica trocada. O piso, de cimento vermelho clássico, agora é de granitina. O trabalho foi possível graças a emenda parlamentar e verba do orçamento do GDF, via Secretaria de Educação,
“Havia lugar que nem tinha mais piso”, conta o vice-diretor da escola, Leonel Guimarães. “As paredes também ganharam pé direito duplo, então tivemos que subir mais o teto.”
Antes sem espaços para comer ou fazer reunião, os educadores agora não precisam mais lanchar em pé ou conversar pelos corredores, já que a cozinha e a sala de professores foram ampliadas. Recentemente finalizados, os banheiros da Escola Classe Ponte Alta mostram detalhes pertinentes: o dos meninos exibe paredes com cerâmica austera, enquanto o das meninas têm azulejos com desenhos de flores delicadas. Um brinco.
Na famosa metáfora, de tão aconchegante o espaço tem o conforto de um coração de mãe. E não deve nada às melhores escolas da cidade. “Trabalhamos para ter equidade entre todos os estudantes da rede, valorizando suas etapas e modalidades de ensino”, observa a coordenadora de Ensino do Gama, Cássia Maria.
A novidade é que a área de lazer, já presenteada com amplo pátio e um mini-palco para realização de solenidades, em breve contará com um inédito parque infantil para a garotada. “O mais difícil nós já temos, que é o dinheiro”, festeja o vice-diretor Leonel. “Agora é esperar a autorização para começar as obras, que serão rápidas porque praticamente só precisa montar os brinquedos.”
Caçula
Uma espécie de irmã caçula local da Escola Classe Ponte Alta de Cima, a Escola Classe Ponte Alta de Baixo também passou por reformas e mudanças significativas. Tudo resultado do esforço e do empenho das dirigentes do espaço, que em dois anos de trabalho fizeram a diferença – a diretora, Murina Nascer, e a vice-diretora Juciléia Cavalcante. As unidades ficam a dez minutos de distância uma da outra, por estrada de chão segura.
Além da nova pintura das paredes, que trocou o verde antigo pela combinação azul e amarelo, a escola teve reformados a cantina, os banheiros e os bebedouros. Toda a parte elétrica também foi restaurada e as calhas velhas trocadas por outras novinhas em folha.
“Com essa calha nós fazemos captação de água para nossa horta”, detalha a diretora Murina Nascer, que brinca. “Essa pintura nova agora é nosso cartão de visita.”
Capota de dedo
Se antes os 225 alunos da instituição sofriam com o sol ou com a chuva que volta e meia visitavam o pátio, castigando também os pais dos estudantes durante dias de reunião, agora o cenário é outro. Houve construção da nova cobertura de metal.
“Antes os alunos sofriam com o sol batendo nas salas de aulas e, quando tinha reunião dos pais, eles nos viam tampando os olhos com as mãos”, recorda a vice-diretora Juciléia Cavalcante.
Mas nada chama mais atenção na escola do que as áreas de lazer para a garotada. O que era só terra e areia hoje dá lugar a um parque infantil e uma pequena quadra. Mais adiante, seguindo por uma calçada de cimento, toda lisa, que facilita o acesso de cadeirante, por exemplo é possível chegar a outra quadra maior, ladeada por uma charmosa pista de corrida.
“Cansei de fazer curativo em capota do dedão do pé dos meninos, que jogavam bola no campo de terra que tinha aqui”, conta a diretora Murina. “A novidade mais recente é que, agora, toda a área da escola é murada. Antes tinha apenas uma pequena cerca, o que era perigoso porque qualquer um podia chegar ali e conversar com os meninos.”
Presença do Estado
Distante mais de 30 quilômetros da área central do Gama, o Centro de Ensino do Engenho das Lages (Cedel) é outra instituição do núcleo rural da cidade que passou por grandes transformações em sua estrutura física. Os mais de 760 alunos dos três períodos – 28 deles em regime integral – da instituição agradecem.
Além da bela cozinha, ampla e arejada, que exibe dois grandes exaustores que emprestam aparência de espaço industrial, e do novo revestimento cerâmico no chão e nas paredes, a escola ganhou forros em PVC e manutenções nas partes hidráulicas.
“Tudo é um sonho. A última vez que a cozinha foi reformada foi em 1995”, revela o diretor Cristiano César Urani. “Em seis meses, nunca fizemos tanta coisa, me sinto até premiado”, acrescenta o gestor que, depois de 12 anos como vice-diretor, desde janeiro tem a responsabilidade de dirigir o Cedel.
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Inaugurada pelo governador Ibaneis Rocha em janeiro, a quadra do espaço terá pintura renovada em breve. Agora é batalhar para concretizar a segunda parte da obra prometida por Ibaneis durante visita ao lugar no começo deste ano.
“Ele garantiu que vai fazer a cobertura da quadra. A presença do Estado em lugares como esse faz a diferença”, avalia o diretor. “São conquistas que chegam não apenas às escolas das cidades, mas aqui também, o que é maravilhoso”, arremata.