16/06/2020 às 07h09min - Atualizada em 16/06/2020 às 07h09min

Mulher detida ao tentar impedir prisão de bolsonarista é servidora do TJDFT

Segundo as investigações, a analista judiciário tentou evitar que Renan Silva Sena fosse levado por agentes da PCDF

A mulher detida na tarde de domingo (14/06) por tentar impedir a prisão do bolsonarista Renan Silva Sena é analista judiciário do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT).
 

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ela era a motorista do Pálio branco no qual Renan estava no banco de passageiro.

O ativista de 57 anos, ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direitos humanos, é suspeito de soltar fogos de artifício no Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçar o governador Ibaneis Rocha (MDB), entre outras autoridades, em vídeos que circularam no WhatsApp, após a retirada de acampamentos a favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), da Esplanada dos Ministérios.

Durante a ação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), a motorista arrancou com o carro, entrou na contramão e arrastou um policial por alguns metros, segundo consta na ocorrência.

Quando a servidora parou o carro, os policiais conseguiram retirar Sena do veículo e conduzi-lo à delegacia. A motorista, no entanto, começou a seguir a viatura, mesmo com todos os avisos de que se tratava da Polícia Civil.

Durante o trajeto, a condutora expôs outros condutores ao risco e entrou na contramão por diversas vezes. Já no complexo da PCDF, ao lado do Parque da Cidade, a mulher, não identificada na ocorrência, acelerou novamente o carro e colidiu na viatura dos policiais.

Segundo a corporação, ela não obedeceu aos comandos e estava exaltada. Resistiu fisicamente à abordagem sendo necessária a utilização de spray de pimenta “por cautela da integridade física dela e dos policiais”.​

A motorista foi detida, mas liberada após pagar fiança. Renan acabou liberado após assinar termo de comparecimento à Justiça.

Em nota, o TJDFT informou não tomado conhecimento dos fatos e que a servidora em questão “não agiu em nome do tribunal, mas sim como cidadã comum e, portanto, fora do expediente do órgão. Assim, em princípio, não está caracterizada infração disciplinar que mereça pronunciamento da instituição”.
 

Renan Sena também é acusado de agredir enfermeiras em manifestação na Praça dos Três Poderes, em 1° de maio. Em depoimento, o bolsonarista negou ter feito ameaças ao governador Ibaneis Rocha.

A DRCC fará investigação virtual para desarticular o grupo de Sena. Em outra linha, o Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito, nesse domingo (14/06), para investigar o lançamento de fogos de artifício em direção ao prédio do STF. O ato foi comandado por um grupo de apoiadores de Bolsonaro, chamado de 300 do Brasil, e ocorreu após a retirada do acampamento dos apoiadores do presidente da Esplanada.

O ataque foi repudiado duramente pelos ministros da Corte.

 


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