23/06/2020 às 05h17min - Atualizada em 23/06/2020 às 05h17min

Aulas virtuais de escolas públicas do DF têm 525 mil cadastrados no 1º dia

Ao todo, a comunidade escolar tem 630 mil pessoas entre professores, alunos e gestores. Até o dia 29, as atividades não contam presença

primeiro dia de aulas à distância para os alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal teve o cadastro de 525,7 mil pessoas da comunidade escolar, composta por 630 mil indivíduos entre professores efetivos, substitutos, gestores e estudantes. As atividades começaram nesta segunda-feira (22/06) para contextualizar e enturmar os envolvidos, além de testar e aperfeiçoar o sistema.
 

Até o fim da semana, os 630 mil cadastros devem ter sido concluídos. O ponto de partida do novo modelo de aulas, adotado para conter o avanço do novo coronavírus no DF, envolveu todas as 683 escolas da rede pública. O objetivo inicial delas é enturmar virtualmente os 456.109 estudantes da rede pública do DF.

Assim, eles poderão retomar o ano letivo, na próxima segunda-feira (29/06), com validação de frequência nas três opções ofertadas pela Secretaria de Educação: internet, com a plataforma Google Sala de Aula; teleaulas; e atividades impressas entregues pelas unidades escolares.

“Considerando que temos esta semana para trabalhar, com certeza vamos iniciar o ano letivo, na semana que vem, com todos a bordo”, afirmou David Nogueira, coordenador do Escola em Casa DF, esclarecendo que as contas ativas ainda não indicam uma preferência dos estudantes entre a internet, TV ou impressos, pois todos devem abrir uma conta de e-mail para participar do programa.

A conta dos estudantes é terminada em @estudante.se.df.gov.br. Só será possível indicar a preferência dos alunos até o final desta semana. Todos os participantes do programa devem ter contas ativas, por isso o número ultrapassa muito a soma simples de professores e estudantes. Inclui ainda todo o pessoal da carreira de assistência à educação e das instituições parceiras da Secretaria de Educação, que atendem à educação infantil.

Problemas

A semana de acolhimento também teve dúvidas e problemas de acesso. Pais reclamaram que os filhos não conseguiram o código para entrar nas videoaulas e também se mostram preocupados ou com a instabilidade da internet ou por não terem meios digitais em casa.

A pedagoga da equipe especializada de apoio à aprendizagem do Caic JKO Núcleo Bandeirante, Sirlene Bastezini, afirmou que está acompanhando todo o processo e esclarecendo dúvidas de pais e alunos

“Fizemos vários tutoriais e acreditamos num retorno muito positivo. Ainda temos relatos de dificuldades em relação à internet e acessos à plataforma. O quantitativo, nós vamos ganhando com um certo tempo e buscando alternativas para que todos participem. É uma corrente para atingir o máximo de alunos.”

Ainda de acordo com a pedagoga, os professores estão tendo que se reinventar. Muitos, inclusive, estavam em processo de aposentadoria, nunca tiveram acesso à informática e agora estão se virando para atender os alunos. “Acreditamos que todos, e também as famílias, vão estar mais próximos, participando mais de todo o processo educacional. É um momento de união. Estamos fazendo posts de rotina nas redes sociais da escola para que todos consigam se adaptar à ferramenta”, disse.

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Muitas dificuldades

Para o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), são muitas as dificuldades encontradas pelos professores para a execução do trabalho remoto. Entre elas, a falta de investimento ao longo dos anos na formação dos docentes para atuar com os meios tecnológicos e a estrutura deficiente das escolas. Além disso, o fato de muitos alunos não possuírem equipamento eletrônico deve ser levado em conta.

“Infelizmente, esses alunos serão excluídos e irá aumentar ainda mais a desigualdade social. As atividades impressas e entregues aos alunos também não irão garantir a aprendizagem dos mesmos”, afirmou o diretor do sindicato Samuel Fernandes.

Ainda de acordo com Samuel, a melhor solução para evitar a exclusão de milhares de estudantes seria o governo garantir, além da internet, os aparelhos eletrônicos para os alunos da rede pública que não têm acesso a esses meios tecnológicos.

“Não adianta disponibilizar internet gratuita para o acesso à plataforma se o aluno não tem o tablet, um celular ou um computador para ingressar na plataforma on-line. Não podemos aceitar nenhuma medida que possa excluir alguém. O governo precisa cumprir sua função e ofertar todas as condições para que os alunos tenham o direito a uma educação pública, gratuita e de qualidade”, concluiu.

Confira como vai funcionar cada modalidade:

Teleaula

ANDRE BORGES/ESP. METRÓPOLES

Nesta modalidade, as aulas serão transmitidas pela TV Justiça. A emissora de TV aberta não cobrará nada do Executivo local para reproduzir as atividades no canal. A programação começa com três horas por dia. O conteúdo veiculado mais cedo, por volta das 9h, será para a educação infantil. A programação vai progredindo com o passar dos minutos até chegar ao ensino médio. O cronograma completo foi divulgado.

As teleaulas não vão substituir as presenciais ou contar na frequência dos estudantes. Elas servem para que os alunos não percam conteúdo nesta época de quarentena.

A Secretaria de Educação também fechou parceria com a TV Gênesis e a TV União, que vai exibir o conteúdo, mas ainda sem data marcada para o início das transmissões, e com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que cede os estúdios para as gravações. A pasta tenta contratar uma quarta emissora.

Webaula

REPRODUÇÃO

google sala de aula reprodução

google sala de aula reprodução

Os alunos da rede pública de ensino do DF com disponibilidade de computador e internet terão aulas mediadas por meio da plataforma Google Sala de Aula.

A modalidade permite aferir a presença dos estudantes e a aplicação de avaliações. Os primeiros a testar o formato serão os estudantes do ensino médio, a partir desta segunda-feira (22/06).

Para fazer o uso da plataforma, é preciso registrar login no site. Um código usado no acesso e específico para cada estudante consta no boletim escolar do aluno. Em casos de problema com o cadastro, é preciso comunicar à Secretaria de Educação pelo telefone 156, opção 2.

Conteúdo impresso

VINÍCIUS SANTA ROSA/METRÓPOLES

Apesar de minoria, parte dos estudantes afirmou não ter acesso à internet nem à televisão. Para esse grupo, a Secretaria de Educação informou que produzirá materiais didáticos impressos.

Caberá aos pais e responsáveis dos alunos irem à escola pública para coletar o material. A data de devolução dos exercícios resolvidos será estabelecida pela própria instituição de ensino e professores.


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