11/07/2020 às 06h35min - Atualizada em 11/07/2020 às 06h35min

O que a operação contra o MBL tem a ver com a Pabllo Vittar? Descubra

Pode parecer uma ligação difícil de acontecer, mas o publicitário Pedro D'eyrot, fundador do movimento, estabeleceu essa conexão

THAYNÁ SCHUQUEL
METRÓPOLES
À primeira vista, seria difícil interligar a operação da Polícia Civil de São Paulo que prendeu um empresário ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) – grupo conservador – à cantora pop Pabllo Vittar. Contudo, política, cultura e sociedade estabeleceram essa conexão. Isso tudo através de um dos fundadores do MBL, o publicitário Pedro D’eyrot.
 

D’eyrot foi responsável por dar um “empurrãozinho” na carreira artística de Pabllo Vittar. Em 2014, a cantora já fazia sucesso em Uberlândia (MG), onde morava, mas ainda estava longe de ser conhecida como uma estrela nacional.

O publicitário, que estava deixando de lado o cenário musical e a banda da qual fazia parte, “Bonde do Rolê”, para investir no trabalho frente ao MBL, resolveu apresentar Pabllo ao produtor Rodrigo Gorky. A partir daí, Gorky produziu as primeiras faixas da cantora que “bombaram” nas redes sociais.

Além de ter sido coadjuvante na ascensão da carreira de Pabllo Vittar, D’eyrot aparece como sócio do empresário Carlos Augusto de Moraes Afonso, que usa o pseudônimo Luciano Ayan, preso pela Polícia Civil por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O publicitário, no entanto, diz ser ex-sócio.

Ayan foi sócio de D’eyrot em uma consultoria com sede no centro de São Paulo. Até abril deste ano, seu nome permanecia no quadro societário da Yey Inteligencia Ltda. A empresa tem capital social de R$ 30 mil e diz atuar em “atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica”.

O empresário também consta como sócio de outra empresa, a Itframing Servicos de TI Ltda., com R$ 80 mil de capital social e sede no Jardim das Acácias, zona sul paulista.

Após a rixa entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o MBL, Ayan seguiu a linha do movimento e passou a criticar o chefe do Executivo federal.

Outro lado

Ao Metrópoles, Pedro D’eyrot afirmou que não é sócio de Luciano Ayan. “O projeto em que a empresa se baseava não deu certo e as atividades foram encerradas em 2018. Não tivemos nenhum outro tipo de relação formal após isso”, disse. Ele não quis se manifestar sobre a cantora Pabllo Vittar.

D’eyrot afirmou, ainda, que quanto à prisão do empresário ficou “muito surpreso com o tamanho da insegurança jurídica do nosso país”. “Ayan vinha fazendo um importante trabalho de alerta contra o fanatismo na política e parece estar sendo retaliado por isso”, declarou.

Metrópoles tentou entrar em contato com a cantora Pabllo Vitar, mas não teve retorno. O espaço continua aberto.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »