APolícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpre, na manhã desta quinta-feira (16/7), mandado de busca e apreensão na casa do estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, que foi picado por uma cobra da espécie Naja no Distrito Federal. O amigo dele Gabriel Ribeiro e outros dois investigados também são alvo da ação policial que apura o crime de tráfico de animais. A operação é conduzida pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama).
As buscas nas residências de Pedro e Gabriel são feitas no Guará. Na segunda-feira (13/7), peritos criminais da Seção de Engenharia Legal e Meio Ambiente da Polícia Civil do DF (PCDF) estiveram no Jardim Zoológico de Brasília para fazer uma análise nas cobras e serpentes que pertenciam a Pedro Henrique. Ao todo, 16 animais apreendidos passaram por perícia.
Segundo a corporação, a identificação das espécies é importante para determinar a origem e um eventual tráfico de animais. Nesse sentido, as condições de saúde dos animais podem ajudar na comprovação dos crimes.
Pedro Henrique recebeu alta do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, na manhã de segunda (13/7), e voltou para casa. Foram seis dias de internação. Ele mora na QE 40 do Guará 2 e criava a Naja como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro e ter um veneno que pode ser letal. As circunstâncias do acidente ocorrido na terça-feira (7/7) com a cobra ainda são desconhecidas.
O estudante chegou a ficar em coma no hospital. A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo antídoto — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível para que fosse usado no tratamento de Pedro.
Tão logo foi atacado pela Naja, na terça-feira (7/7), o estudante de veterinária foi levado ao hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal.
O animal exótico foi encontrado no fim da tarde da quarta-feira (8/7), dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Pier 21, no Setor de Clubes Sul.
Como Pedro não tem autorização para criar o animal, ele será multado em R$ 2 mil, valor que pode ser aumentado de acordo com a quantidade de serpentes que pertencem a ele.
A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Ela agora está sob os cuidados do Zoológico de Brasília.