A mãe e o padrasto do estudante também foram penalizados, em R$ 8,5 mil cada. O casal esteve, nessa quinta-feira (16/7), na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), onde prestou depoimento à Polícia Civil do DF (PCDF). Eles saíram sem falar com a imprensa.
Kambreck é acusado de dificultar a ação dos fiscais, maus-tratos e manter animais nativos e exóticos sem autorização. A mãe Rose Meire dos Santos Lehmkuhl e o padrasto, o coronel da Polícia Militar do DF (PMDF) Eduardo Condi, por sua vez, foram penalizados por terem dificultado a ação de resgate.
Segundo o Ibama, também foram multados: o proprietário da chácara onde encontraram 17 serpentes (no valor de R$ 68 mil) e Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro, que teria o ajudado a esconder as serpentes (em R$ 61 mil).
Conforme revelou o Metrópoles, o padrasto de Pedro foi alvo da segunda fase da Operação Snake, deflagrada nas primeiras horas de quinta-feira (16/7).
O coronel Eduardo Condi é suspeito de ajudar Pedro a ocultar provas em investigação sobre tráfico de animais, após o estudante ser picado pela Naja que criava em casa, no Guará.
O oficial da PMDF foi visto saindo do prédio em que a família mora, no Guará, carregando as caixas com os animais. A movimentação foi flagrada logo após Pedro ter sido atacado pela cobra. Câmeras de segurança teriam filmado a ação. Questionada sobre as imagens capturadas pelo condomínio no qual a família mora, a 14ª DP afirmou que só vai se manifestar após a conclusão das diligências.
Veja fotos da mãe de Pedro e do advogado da família deixando a 14ª DP:
A Corregedoria da PMDF acompanhou a ação da Polícia Civil. O celular do militar foi apreendido. Condi é irmão do subcomandante-geral da corporação, Claudio Fernando Condi. O oficial foi nomeado para ocupar o cargo em junho deste ano.
Procurada pela reportagem, a PM afirmou que não há investigação interna contra o policial, “uma vez que o que se tem de fato, até o momento, é o suposto crime cometido por um enteado de um policial militar”, segundo a nota. A corporação confirma que participou da operação, mas acrescenta que aguarda as apurações conduzidas pela Polícia Civil para avaliar se há indício de crime militar.
Além de Pedro e do policial, Gabriel Ribeiro e o videomaker Nelson Júnior Soares Vasconcelos também foram alvo da operação deflagrada nessa quinta. Ambos também foram conduzidos à DP.
Policiais cumpriram, ao todo, quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta nas regiões do Guará, Gama e Riacho Fundo. Foram apreendidos diversos documentos, celulares, medicamentos de uso veterinário, mais uma serpente, conhecida como Corn Snake (Cobra do milho), e vários itens usados na criação ilegal de animais silvestres e exóticos.
A Corn Snake tem origem americana. É usada em exposições e como alimento para outras cobras. A serpente não é peçonhenta, mas, no Brasil, não pode ser criada em casa. Dono do animal, o estudante de medicina veterinária Nelson Júnior Soares Vasconcelos disse, após prestar depoimento, que ganhou a cobra de presente.
Com mais essa serpente, são 18 espécies apreendidas e que estão ligadas aos investigados.
Na segunda-feira (13/7), peritos criminais da Seção de Engenharia Legal e Meio Ambiente da Polícia Civil do DF (PCDF) estiveram no Jardim Zoológico de Brasília para fazer uma análise nas cobras e serpentes que pertenciam a Pedro Henrique. Até o momento, 16 animais apreendidos passaram por perícia.
Segundo a PCDF, a identificação das espécies é importante para determinar a origem e um eventual tráfico de animais. Nesse sentido, as condições de saúde dos animais podem ajudar na comprovação dos crimes.
Veja fotos da Naja que picou Pedro Krambeck: