17/07/2020 às 08h13min - Atualizada em 17/07/2020 às 08h13min

Ibama multa, em R$ 61 mil, estudante de veterinária picado por Naja

Mãe e padrasto do universitário também foram penalizados, em R$ 8,5 mil cada. Eles prestaram depoimento na 14ª DP nessa quinta-feira (16/7)

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou em R$ 61 mil o estudante de medicina veterinária Pedro Krambeck (foto em destaque), 22 anos, acusado de criar animais exóticos, incluindo uma Naja, sem autorização.

A mãe e o padrasto do estudante também foram penalizados, em R$ 8,5 mil cada. O casal esteve, nessa quinta-feira (16/7), na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), onde prestou depoimento à Polícia Civil do DF (PCDF). Eles saíram sem falar com a imprensa.

Kambreck é acusado de dificultar a ação dos fiscais, maus-tratos e manter animais nativos e exóticos sem autorização. A mãe Rose Meire dos Santos Lehmkuhl e o padrasto, o coronel da Polícia Militar do DF (PMDF) Eduardo Condi, por sua vez, foram penalizados por terem dificultado a ação de resgate.

Segundo o Ibama, também foram multados: o proprietário da chácara onde encontraram 17 serpentes (no valor de R$ 68 mil) e Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro, que teria o ajudado a esconder as serpentes (em R$ 61 mil).

Conforme revelou o Metrópoles, o padrasto de Pedro foi alvo da segunda fase da Operação Snake, deflagrada nas primeiras horas de quinta-feira (16/7).

O coronel Eduardo Condi é suspeito de ajudar Pedro a ocultar provas em investigação sobre tráfico de animais, após o estudante ser picado pela Naja que criava em casa, no Guará.

O oficial da PMDF foi visto saindo do prédio em que a família mora, no Guará, carregando as caixas com os animais. A movimentação foi flagrada logo após Pedro ter sido atacado pela cobra. Câmeras de segurança teriam filmado a ação. Questionada sobre as imagens capturadas pelo condomínio no qual a família mora, a 14ª DP afirmou que só vai se manifestar após a conclusão das diligências.

Veja fotos da mãe de Pedro e do advogado da família deixando a 14ª DP:

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A Corregedoria da PMDF acompanhou a ação da Polícia Civil. O celular do militar foi apreendido. Condi é irmão do subcomandante-geral da corporação, Claudio Fernando Condi. O oficial foi nomeado para ocupar o cargo em junho deste ano.

Procurada pela reportagem, a PM afirmou que não há investigação interna contra o policial, “uma vez que o que se tem de fato, até o momento, é o suposto crime cometido por um enteado de um policial militar”, segundo a nota. A corporação confirma que participou da operação, mas acrescenta que aguarda as apurações conduzidas pela Polícia Civil para avaliar se há indício de crime militar.

Operação

Além de Pedro e do policial, Gabriel Ribeiro e o videomaker Nelson Júnior Soares Vasconcelos também foram alvo da operação deflagrada nessa quinta. Ambos também foram conduzidos à DP.

Policiais cumpriram, ao todo, quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta nas regiões do Guará, Gama e Riacho Fundo. Foram apreendidos diversos documentos, celulares, medicamentos de uso veterinário, mais uma serpente, conhecida como Corn Snake (Cobra do milho), e vários itens usados na criação ilegal de animais silvestres e exóticos.

A Corn Snake tem origem americana. É usada em exposições e como alimento para outras cobras. A serpente não é peçonhenta, mas, no Brasil, não pode ser criada em casa. Dono do animal, o estudante de medicina veterinária Nelson Júnior Soares Vasconcelos disse, após prestar depoimento, que ganhou a cobra de presente.

Com mais essa serpente, são 18 espécies apreendidas e que estão ligadas aos investigados.

Na segunda-feira (13/7), peritos criminais da Seção de Engenharia Legal e Meio Ambiente da Polícia Civil do DF (PCDF) estiveram no Jardim Zoológico de Brasília para fazer uma análise nas cobras e serpentes que pertenciam a Pedro Henrique. Até o momento, 16 animais apreendidos passaram por perícia.

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Segundo a PCDF, a identificação das espécies é importante para determinar a origem e um eventual tráfico de animais. Nesse sentido, as condições de saúde dos animais podem ajudar na comprovação dos crimes.

Veja fotos da Naja que picou Pedro Krambeck:

 

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