A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu 2 toneladas de carne imprópria para consumo, em um frigorífico que operava na zona rural de Ceilândia. O dono do estabelecimento foi preso e atuava sem autorização dos órgãos de fiscalização, que já tinham multado o suspeito em mais de R$ 80 mil no passado, em diversas ocorrências. De acordo com a investigação, o acusado nunca interrompeu a produção clandestina.
A operação foi deflagrada pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), com a Divisão de Proteção ao Consumidor (DPCON) e em parceria com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri).
Foram apreendidos produtos embutidos e carnes que eram comercializados para bares, restaurantes, supermercados, além de hospitais públicos e presídios do sistema penitenciário do DF, que adquiriam esses produtos sem conhecimento das condições as quais eram mantidos.
Rodrigo Carbone, delegado da PCDF e diretor-adjunto da DPCON, explica que o frigorífico era de médio porte e operava em uma fazenda que já havia sido lacrada diversas vezes. “Havia uma escala de produção intensa. Ele produzia 700 quilos desse produto por semana, sem observar as regras sanitárias”, detalha.
O nome do homem preso não foi divulgado, mas, segundo Carbone, ele já havia sido autuado mais de 10 vezes pelo mesmo crime, e sempre voltava a operar, ilegalmente, driblando a fiscalização. “A única forma de parar ele foi com a prisão efetuada nesta quinta-feira. O suspeito rompeu o lacre da fiscalização diversas vezes. Ele desdenhava do poder público”, detalha o delegado.
Ao todo, 10 agentes da Corf atuaram na ocorrência, que perdurou por toda a quinta-feira (16/7), terminando na apreensão dos produtos, que foram inutilizados, bem como na prisão do suspeito.
De acordo com o inquérito policial, os produtos eram armazenados em locais impróprios, próximos a poças de água podre, baratas e uma grande quantidade de sujeira. O suspeito foi flagrado pelos agentes da Corf orientado os funcionários do frigorífico a alterarem o prazo de validade de carnes embaladas.
“Vimos ele mandando os funcionários desembalarem kits de feijoada, por exemplo, com linguiças e carnes de porco, e a reembalarem esses produtos com uma nova data de validade”, explica Carbone.
“Em análise pericial, da qualidade das carnes, foi constatado que elas estavam em estado de deterioração. O laudo foi feito pelo Laboratório Central do DF (Lacen-DF)”, diz.
O suspeito vai responder por crime contra as relações de consumo e, se condenado, pode pegar prisão de 2 a 5 anos”, finaliza o diretor-adjunto da DPCON.