As infecções por coronavírus no Brasil não parecem mais estar em crescimento exponencial e atingiram um platô, criando uma oportunidade de controlar o surto, disse o chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, nesta sexta-feira, 17.
Ryan disse em entrevista coletiva que o fator “R” – o número de pessoas que cada pessoa infectada passa a infectar – agora parece estar entre 0,5 e 1,5 nos Estados brasileiros, e que o número de novos casos chegou a um platô de 40.000 a 45.000 por dia.
“O vírus não está dobrando na comunidade como era antes, então o aumento não é exponencial”, disse, acrescentando, no entanto, que não há “absolutamente nenhuma garantia de que ele vai cair por si só”.
A declaração foi feita quando o Brasil acaba de ultrapassar a marca de dois milhões de casos oficialmente notificados de pessoas infectadas com o novo coronavírus. O número foi atingido pouco menos de cinco meses depois de o país registrar oficialmente o seu primeiro caso da doença, em 25 de fevereiro.
Na quinta-feira, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), com a confirmação do Ministério da Saúde, apontou que mais 45.403 casos foram notificados em 24 horas, elevando o total de infectados para 2.012.151. Contudo, autoridades e instituições de saúde em todo o país alertam que os números reais da doença devem ser maiores, por conta da falta de testes em larga escala e da sub-notificação.
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