Pagamentos indevidos
Em outro indicativo de irregularidades, os auditores encontraram um possível pagamento indevido de benefícios de despesas indiretas, no caso a contratação de equipamentos de Videowall para modernização do sistema de exibição de informações operacionais do Metrô-DF. A aquisição ocorreu após um curto-circuito ter queimado três painéis com dados sobre as viagens. Para o serviço, a empresa cobrou R$ 61 mil, incluindo benefícios indevidos.
A cobrança de BDI, exclusiva para engenheiros, foi estabelecida devido à existência da prestação dos serviços de Elaboração de Detalhamento da Solução Tecnológica do Fabricante/Fornecedor, serviço esse que deveria ser executado por engenheiro devidamente credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF), o que não era o caso.
“Se considerando o desconto de 5,72% sobre o total do serviço, o novo valor a ser pago seria de R$ 50.995,94 (R$ 49.305,48 + R$ 1.690,46), e, consequentemente, apurou-se o prejuízo
de R$ 10.678,55 (R$ 61.674,48 – R$ 50.995,94)”, diz trecho do documento elaborado pela CGDF.
Para esse caso, os auditores sugerem glosar o valor do prejuízo em possíveis pagamentos futuros à empresa Seal Telecom Comércio e Serviços de Telecomunicações Ltda., responsável pelo serviço, sem prejuízo de Instauração de Tomada de Contas Especial, nos termos da Resolução nº 102/98 do Tribunal de Contas do Distrito Federal, caso não seja possível efetuar a referida glosa.
A CGDF também encontrou pagamento de R$ 129 mil a uma empresa sem que o serviço tenha sido devidamente comprovado. No caso, a possível beneficiada foi a Centrosoft Soluções em Gestão Empresarial Ltda., na aquisição de Software ERP – Enterprise Resource Planning (sistema CIGAM).
De acordo com o contrato, o Metrô-DF deveria pagar pelos serviços de maneira gradual, a depender da entrega pela empresa. Contudo, o valor foi repassado integralmente, sendo que a plataforma não foi finalizada conforme o contrato.
Portanto, se apenas um módulo foi implantado, e, segundo o Termo de Referência (item 2.2.2.7), a solução deveria contemplar 7 módulos, utilizando-se uma regra de três simples, o valor a ser pago deveria ser de R$ 3.928,46 (valor de um módulo)”, o que teria gerado prejuízo de R$ 125.258,68
TRECHO DO RELATÓRIO DA CGDF
O Metrô-DF foi procurado pelo Metrópoles e, em nota, informou que recebeu o relatório e está avaliando seu conteúdo e recomendações, para tomar as providências necessárias.