Enquanto o nome do deputado Arthur Lira (PP-AL) aparece como representante do Centrão, grupo de partidos que passou para a base do presidente Jair Bolsonaro neste ano – e que já garantiu vitória para o governo em votações importantes – a bancada evangélica fala em ter seu próprio nome.
Bolsonaro é próximo aos parlamentares religiosos desde o início do seu governo. O grupo, no entanto, não foi suficiente para que o presidente tivesse uma base confortável no parlamento, garantindo a aprovação de medidas do interesse do Planalto.
Entre os evangélicos, o nome do atual vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira, nome próximo ao bispo Edir Macedo, é tido como possível candidato, embora ele negue estar em campanha e defenda, ao menos publicamente, que o presidente não interfira em assuntos parlamentares. O deputado é bispo da Igreja Universal.
Enquanto o Centrão garantiu, nesta semana, vitória do governo em pautas de seu interesse, mantendo, por exemplo, decreto do Planalto que limitava o escopo de duração do auxílio-emergencial e derrotando uma emenda do PT, que pregava o oposto, a bancada evangélica é ligada a Bolsonaro sobretudo nas pautas de costumes e não teve peso suficiente para impor vitórias no Congresso.
Pereira também é presidente do partido Republicanos no Rio de Janeiro e conta a seu favor o fato de ter oferecido a legenda aos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, que deixaram seus antigos partidos, o PSL e o PSC, respectivamente.
Embora as eleições para a presidência da Câmara e do Senado só ocorram no início do próximo ano, os desenhos já estão começando a ser delineados. No campo oposto ao governo, corre-se o risco de também haver um ambiente dividido.
Maia tem preferência pelo nome de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para concorrer à sua posição. A oposição tenta fechar com Maia e analisa aprovar o nome que terá seu apoio, numa aliança entre partidos de oposição e o DEM, semelhante ao que já ocorreu na eleição do atual presidente da Câmara.
No entanto, nesta seara outros nomes tentam já se cacifar para a disputa. É o caso do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que presidiu a comissão da reforma da Previdência. Ramos conta com prestígio junto a Maia e aos partidos de oposição, onde tem um diálogo bastante profícuo e se destaca mais que Aguinaldo Ribeiro.