Desemprego, fome, miséria e depressão matam mais do que o vírus”, discursou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em mais uma crítica ao isolamento social como forma de conter o avanço do coronavírus. “O objetivo do isolamento social é não haver gente se aglomerando nas frente de hospital sem atendimento, e, pelo que me consta, ninguém morreu por falta de UTI ou respirador”, disse o presidente a apoiadores no anoitecer deste sábado (18/7), nos jardins do Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro cumpre isolamento por ter sido diagnosticado com Covid-19.
“Tem que pensar na economia. Não adianta ficar falando em vida, em vida, em vida, porque o isolamento mata”, afirmou ainda.
Bolsonaro voltou a dizer que as decisões sobre a gestão da pandemia cabem apenas a prefeitos e governadores e, aplaudido por apoiadores que foram até sua residência oficial, voltou a apelar pelo fim das medidas de isolamento. “Na França, Macron trocou o ministro da Saúde que fez coisa errada e o novo ministro falou: se tiver uma segunda onda, não terá lockdown”, exemplificou o presidente.
Decisão do Supremo Tribunal Federal proibiu o presidente de interferir nas quarentenas decretadas por governadores e prefeitos. “Mas estamos apoiando estados e municípios com recursos”, disse.
Quem perdeu renda voltou a ser usado por Bolsonaro como exemplo da necessidade de reabertura das atividades econômicas. “O cara não vende mais biscoito Globo no Rio, não vende mais churrasquinho de gato aqui na Ceilândia”, completou.