Em um jantar com parlamentares da bancada evangélica nesta quarta-feira (22/7), em Brasília, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-RJ), confirmou que pretende se lançar na corrida pela sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado vinha negando até o momento sua disposição para disputar o cargo, mas, no encontro com os colegas evangélicos, falou abertamente sobre a candidatura, com direito a discurso exaltando sua trajetória política e repleto de comparações com o atual presidente da Câmara.
O encontro em um restaurante de Brasília foi repleto de críticas à condução dos trabalhos da Câmara por parte de Rodrigo Maia. Ao se apresentar como nome para a disputa, Pereira disse que Maia é “liberal demais” e que jamais deixaria os bancos continuarem a ter lucros como possuem hoje. Ele se mostrou disposto a pautar cobranças ao sistema bancário para reter recursos destinados a programas sociais do governo.
Ao falar da chamada pauta de costumes, uma das principais áreas de atuação dos evangélicos, Pereira disse que não aceitaria pautar matérias como a legalização do aborto. Ele também disse que espera contar principalmente com votos de parlamentares de direita e do centro.
No discurso, Pereira fez um aceno ao ministro Gilmar Mendes, ao lembrar que o magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) lhe deu uma oportunidade para lecionar em sua faculdade, onde acabou se tornando “o melhor professor de direito criminal”.
O deputado, que é presidente nacional do Republicanos e tem total alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro e com o líder da Igreja Universal, Edir Macedo, rechaçou votos da esquerda. Ele disse não quer “nada da esquerda, nem apoio”. Só não quer “que o odeiem”. Para ele, essa postura já seria o suficiente para ganhar apoio da direita e do centro.
O deputado ainda falou sobre possíveis adversários na corrida pela Presidência da Câmara, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Marcelo Ramos (PL-AM) e Arthur Lira (PP-AL).
O nome de Pereira já foi defendido publicamente por Edir Macedo e sua candidatura deve rivalizar com o interesse do Centrão de eleger Arthur Lira, dividindo assim a base de Bolsonaro na Câmara.