Aservidora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afastada por suspeita de fornecer a licença irregular para que a Naja kaouthia viesse para o Distrito Federal diz não se lembrar de ter assinado o documento.
Em entrevista ao Metrópoles, Adriana da Silva Mascarenhas, 46 anos, alegou que sequer tinha conhecimento da passagem da cobra pelo Centro de Triagem do órgão.
Conforme explicou a funcionária pública, são inúmeras assinaturas concedidas ao longo do ano e é impossível se recordar de tudo. “Pode até ser que eu tenha assinado, mas de forma alguma sou responsável por tráfico internacional de animais”, defende-se.
Adriana diz que tem sido alvo de alguma armação. Para ela, não faz sentido ter o nome envolvido nesse caso. “Para mim é revoltante. Moro em uma casa humilde, com a minha mãe. Não recebi dinheiro algum para dar permissão. Minhas contas estão à disposição para olharem se tem alguma coisa”, afirma.
Apesar de se dizer inocente no caso da Naja, a servidora confessa que já expediu licenças a pessoas próximas com o intuito de diminuir a lotação do Centro de Triagem do Ibama. “Chega um tempo que não tem como comportar todos os animais. Eu mesma já levei animais para a minha casa, hoje em dia não faço mais isso”, comenta.
Os casos a que Adriana se refere são a permissão à amiga do namorado da servidora, referente a dois papagaios, e à manicure, de um mico-estrela. “São animais que já estavam machucados e ninguém iria querer. Os papagaios mesmo não se adaptaram no meio dos outros e estavam sendo atacados pelos animais”, detalha.
Para ela, os erros são justificados pelo amor aos animais. “Posso até ter errado, mas tudo o que fiz foi pensando em ajudar”, diz.