Agentes da Seção de Repressão às Drogas da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) localizaram, no início da tarde desta quarta-feira (29/7), vários pés de maconha mantidos em três estufas, com iluminação própria para o plantio da droga, em um apartamento no Distrito Federal. Um publicitário de 43 anos é apontado como dono da estrutura e do entorpecente encontrado. Ele foi preso, em flagrante, na operação. Responderá por tráfico de drogas.
De acordo com as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal, todo o imóvel, localizado no Núcleo Bandeirante, era utilizado para aclimatação das ervas, que seriam comercializadas no futuro como maconha gourmet.
No apartamento havia cerca de 20 pés de maconha, em vasos com adubação, cultivados nas três estufas estruturadas com ventilação e iluminação artificial. Também foram encontradas outras 30 mudas prontas para plantio.
Ao todo, segundo a polícia, o estúdio recebeu um investimento inicial de R$ 10 mil. Além disso, custos mensais com aluguel e contas de luz, água e insumos utilizados foram calculados em torno de mais R$ 2 mil.
Até o momento, foram identificadas pelo menos duas espécies da planta cultivadas no espaço, Cannabis sativa e Cannabis indica. Elas têm aparência, efeitos e até períodos de cultivo diferentes, que variam de 45 a 90 dias. O cruzamento dessas espécies produz elevados níveis de THC e CBD, principais canabinoides da maconha.
Embora mantivesse a produção no Núcleo Bandeirante, os investigadores também foram até o apartamento onde o publicitário reside, na Asa Norte. No local, encontraram potes com maconha e uma balança de precisão.
Autuado em flagrante, o homem declarou que a plantação seria destinada ao consumo próprio.
De acordo com as autoridades, as investigações continuam a fim de identificar pelo menos outras quatro pessoas envolvidas com a plantação ilícita.
Traficantes do Distrito Federal passaram a apostar no tráfico de ervas geneticamente modificadas nos últimos anos. As chamadas maconhas gourmet apresentam sabores diferenciados, como limão framboesa e até chocolate, o que tem chamado a atenção de usuários com alto poder aquisitivo na capital federal.
Uma pequena porção chega a custar R$ 1,4 mil. Ao contrário do produto vendido nas ruas e em bocas de fumo, as substâncias gourmet são negociadas em rodas de amigos.
Os grupos de WhatsApp se tornaram território livre para os traficantes repassarem a oferta da maconha para colegas de faculdade e dos locais onde moram. Alguns chegam a expor uma espécie de cardápio, com uma infinidade de ervas modificadas à disposição dos “clientes”.