A União foi condenada ontem a pagar uma indenização de R$ 50 mil pela fala do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub de que as universidades públicas brasileiras têm “plantações extensivas de maconha”, além de “laboratórios de química transformados em centros de produção de drogas sintéticas”.
A condenação é em resposta à ação coletiva movida pela União Nacional dos Estudantes (UNE). A juíza Silvia Figueiredo Marques ressaltou o “viés ideológico do ex-ministro” e afirmou que Weintraub não apresentou provas de suas acusações: “A vítima foi a coletividade dos estudantes”, disse.
Em novembro de 2019, Weintraub fez as declarações durante entrevista a um site chamado JornaldaCidade Online, hoje de uma empresa com sede no Rio Grande do Sul, com viés assumidamente de direita.
Na ocasião, o então ministro afirmou, sem oferecer nomes ou qualquer prova, que a autonomia das universidades federais resultou na existência de “plantações extensivas de maconha” e de laboratórios de química transformados em centros de produção de drogas sintéticas. “Metanfetaminas”, chegou a esclarecer o ministro.
Responsável direto pelo ensino superior no país, ele chamou as instituições federais de ensino superior de “madrassas” [escolas de formação islâmica, acusadas em alguns países de estimular a formação de extremistas e terroristas] e deu sua receita para diminuir os problemas que alega estar encontrando na pasta: diminuir a autonomia das universidades e liberar a entrada de policiais nos campi universitários país afora.