O novo bairro residencial do Distrito Federal, que será construído nas proximidades da antiga Rodoferroviária, terá 4.226.976,34 metros quadrados e deve abrigar cerca de 63 mil moradores em 21 mil imóveis. O projeto daquele que será o último bairro dentro da área do Plano Piloto foi entregue pelo Executivo ao Exército Brasileiro na manhã desta quarta-feira (12/8).
O plano foi elaborado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), em parceria com os militares e com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), as vendas dos terrenos para a construção do chamado Pátio Ferroviário estão previstas para o início de 2021.
A proposta obedece aos parâmetros previstos na Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo do DF (Luos) e no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). O documento estabelece diretrizes urbanística do novo bairro, como quais áreas e a altura máxima que as construções poderão ter, assim como a delimitação do uso.
Veja imagens da área:
Segundo o plano, a ideia é valorizar os espaços públicos que devem ser amplos e arborizados. Também serão priorizados investimentos em mobilidade, como construção de vias, calçadas e ciclovia. Haverá uma área destinada ao comércio como também setores de saúde e educação.
Na saída do Quartel General do Exército nesta manhã, Ibaneis disse ao Metrópoles que a cerimônia – fechada à imprensa – “foi extremamente positiva”.
“É um trabalho que se iniciou no fim do ano passado. Há muitos anos existia a tentativa de criação desse novo bairro, e a Secretaria de Desenvolvimento Habitacional (Seduh) entrega hoje ao Exército Brasileiro esse que vai ser um dos bairros mais modernos do Distrito Federal. Então, a gente fica muito feliz com isso”, afirmou.
Veja imagens do projeto:
O terreno pertence à força militar desde 2006. Em maio deste ano, um planejamento estratégico foi apresentado à União, com o intuito de promover o desenvolvimento da área e a desestatização.
Para fazer o empreendimento sair do papel, segundo o Exército, será preciso extinguir a atividade de operação de carga e descarga de minério (carvão de coque, bauxita e areia) que ainda está sendo executada no ramal ferroviário.
De acordo com o GDF, o projeto prevê uma integração com o sistema de transporte público, como ônibus, Veículos Leve sobre Trilhos (VLT) e trem para a conexão de outras áreas – DF-010, Eixo Monumental e os setores de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), de Indústria e Abastecimento (SIA) e Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).
Ainda de acordo com o governo local, será feita em breve uma reunião com a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) a fim de fechar a proposta da área para o terminal e com a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) para definir o local para a linha de trem de passageiros. Também haverá uma proposta ao Grupo Técnico Executivo a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre outros encontros, com demais órgãos, para finalizar o projeto.
Questionado sobre o valor do investimento e quem ficará responsável pelos gastos com a construção, o GDF respondeu que “caberá ao Exército se manifestar sobre o assunto”, uma vez que “só coube à Seduh fazer o plano de uso e ocupação do novo bairro”.