Quero destacar os créditos orçamentários que votamos para que pudéssemos reorganizar o orçamento que votamos no ano anterior. Tínhamos uma previsão de gastos de determinadas áreas. Claro que, com a pandemia, tudo isso precisou ser remanejado. Então, focamos muito na parte econômica para destinar recursos às áreas da saúde e da educação. Isso para deixar as escolas aptas a oferecerem aulas via internet, fazerem reformas e terem uma condição melhor para quando os alunos voltarem. Também focamos na área social, votamos créditos orçamentários para criar o auxílio emergencial da renda mínima e também auxílio para o pessoal do transporte escolar.
O senhor acha que é possível conciliar a retomada das atividades comerciais com os cuidados com a saúde, com a vida das pessoas?
As estatísticas que o GDF nos mostrou é que as pessoas, com ou sem decreto, estavam transitando livremente na cidade, sem nenhum tipo de precaução. Parecia que as pessoas não entendiam a importância do distanciamento social, de ficar em casa, do uso máscara, de álcool em gel, dos cuidados básicos. Então o governo achou, por bem, fazer alguns decretos liberando, com certas restrições. E temos a polícia, o Corpo de Bombeiros e o DF Legal fazendo essa fiscalização. No momento em que o governo faz a reabertura do comércio, ele acaba dividindo a responsabilidade com pessoas, empresários e donos de estabelecimentos.
Nós temos um projeto muito importante, que é a Lei Orçamentária de 2021. Nós teremos um semestre inteiro para trabalhar essa legislação, que na verdade é a mais importante de todo o ano. Ela é a previsão de tudo aquilo que o governo pretende gastar e investir em 2021. O governo fez audiências públicas para receber as sugestões e assim colocarmos um orçamento que seja o mais justo, e próximo da realidade possível daquilo que as pessoas consideram importante para o governo resolver. Também temos a expectativa do governo encaminhar uma alteração na Lei de Uso e Ocupação do Solo. Há algumas falhas, alterações e ajustes que precisam ser feitos. Há, também, a expectativa de recebermos um projeto de lei que permite moradia no Setor Comercial Sul (SCS), projeto que vai ser muito debatido, assim como foi o caso (das mudanças) no Setor de Indústria Gráfica (SIG). Votamos uma série de projetos polêmicos no primeiro semestre, como a reforma da previdência. Certamente, teremos um semestre tão ou mais movimentado quanto o primeiro semestre legislativo do ano.
Na verdade, a relação sempre foi muito respeitosa. Claro que há a independência entre os Poderes, tanto é que todos os projetos que o governo enviou para a CLDF sofreram alterações. O papel da Câmara é aperfeiçoar as propostas do governo. O projeto do Refis (programa de recuperação fiscal) também sofreu algumas emendas e precisava fazer alguns ajustes, não houve o consenso entre o Executivo e o Legislativo, mas faz parte da democracia, nem sempre a gente consegue chegar ao consenso, e esse foi um deles. Mas, tenho certeza que o governo vai fazer o encaminhamento no momento oportuno, seja esse ano, seja no próximo ano.
É difícil avaliar isso, temos uma grande salada partidária na Câmara Legislativa e cada um tem o seu posicionamento em determinadas matérias. Existe uma independência muito grande dos parlamentares. A gente pauta as matérias e cada um vota de acordo com a sua consciência, mas a gente tem feito o nosso papel, nós conseguimos chegar em consenso em quase 100% dos projetos que foram encaminhados, seja do Executivo, seja também do Legislativo. A gente tem feito um debate franco e sadio para que possamos dar a pronta resposta que a cidade precisa nesse momento.