As 33 regiões administrativas do Distrito Federal contabilizaram, desde o começo da pandemia, 2.242 mortes por Covid-19, segundo boletim da Secretaria de Saúde publicado no fim da tarde desta sexta-feira (21/8). Os números, no entanto, não representam exatamente a realidade de todos os quatro cantos da capital do país.
Assim como no Brasil, onde cada um dos 27 estados vivem uma pandemia “diferente”, o local da moradia dos brasilienses também influencia no risco de vida, ainda mais em populações na mesma faixa etária. Levantamento feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostra que, até hoje, pelo menos 1.639 pessoas com mais de 60 anos morreram vítimas do SARS-Cov-2 no DF.
Desse valor, 169 vítimas são moradores de Taguatinga, que contabiliza uma taxa de 82,1 mortes a cada cem mil habitantes. Em Ceilândia, a taxa chegou a 65,8, com 285 mortes. Ou seja, o risco de um taguatinguense mais velho morrer por Covid-19 no Brasil é maior que o enfrentado por ceilandense da mesma idade. Assim como um morador do Gama com mais de 60 corre 3 vezes mais risco que um morador de Águas Claras.
Veja a letalidade de cada região para maiores de 60 anos:
O cenário muda para os brasilienses na faixa etária de 50 a 59 anos, a segunda mais atingida no DF. O risco é maior para quem mora em Samambaia (18,8 mortes a cada 100 mil habitantes) do que para quem mora em Ceilândia, por exemplo (11,3 óbitos a cada 100 mil).
Nos mais jovens, entre 20 e 39 anos, a maior taxa de mortalidade acontece em Sobradinho. No entanto, os óbitos são menores nesta faixa etária. Segundo especialistas, quanto mais novo, menor a chance de manifestação grave dos sintomas.
OMS
Em entrevista coletiva na manhã da última terça-feira (18/8), a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou preocupação com a transmissão do novo coronavírus entre jovens adultos na faixa etária de 20 a 40 anos. A entidade alerta que eles são maioria entre os assintomáticos, que podem impulsionar a contaminação local, afetando as populações mais vulneráveis, como os idosos e as pessoas com comorbidades.
“Pessoas de 20, 30 e 40 anos estão aumentando consideravelmente a disseminação. Muitas nem sabem que estão infectadas. Isso aumenta o risco de contaminação de pessoas mais vulneráveis”, disse o diretor regional do Pacífico Ocidental, Takeshi Kasai.