23/08/2020 às 10h02min - Atualizada em 23/08/2020 às 10h02min

Criminoso que ocupava cargo mais alto do PCC no DF é preso no Entorno

Prisão ocorre 11 dias após a Polícia Civil deflagrar a Operação Anastasys, que combate a expansão do grupo paulista na capital

O homem que exercia a função mais importante na célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro do DF foi preso em mais uma etapa da Operação Anastasys, realizada na manhã deste sábado (22/8). Conhecido como Tony, o criminoso foi preso pela Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac) da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), em Planaltina de Goiás (GO).

Segundo as investigações, Tony atua como Geral do Estado dentro do PCC, considerada a função mais alta na hierarquia na região de Brasília. Na casa onde ele estava escondido foi encontrado outro criminoso, que também foi preso.

Dentro do local ainda havia porções de cocaína e maconha e uma arma de fogo com munições.

A dupla responderá pelos crimes de integrar organização criminosa e posse de arma de uso restrito.

Operação Anastasys

A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 11 de agosto. De acordo com a investigação, iniciada há mais de seis meses, o PCC continua tentando se estabelecer no Distrito Federal, por meio da criação de duas células distintas de atuação denominadas “Feminina” e “Masculina”.

Elas são lideradas, respectivamente, de forma independente, por uma mulher e um homem, cuja função de ambos é nominada pelo grupo como “Geral do Estado”.

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A liderança da célula feminina era exercida por uma presa ocupante do cargo de “Geral da Feminina”, responsável pela condução das atividades criminosas do núcleo de mulheres do PCC na capital federal, atuando no recrutamento e seleção de faccionadas para integrar a organização, objetivando formação de um grupo feminino com força de planejamento e execução de crimes em benefício da organização.

Conforme o Metrópoles revelou, uma integrante desta célula, conhecida como “Tókio”, já havia sido presa na última quinta-feira por policiais da Cecor na BR-060 quando tentava fugir para São Paulo em um ônibus.

De outro lado, o líder da “Geral da Masculina” é responsável pelo planejamento das atividades do grupo e o controle dos integrantes do PCC, a maioria já identificados pela Polícia Civil.

Mudança estratégica

Segundo os investigadores, observou-se, durante a investigação, o início de uma mudança de estratégia de atuação, visando romper as barreiras que até então impediam o enraizamento da facção no Distrito Federal.

Principalmente a célula masculina, que tentou implementar algumas medidas, entre elas a divisão do Distrito Federal em territórios de atuação e domínio (Leste, Oeste, Norte e Sul), abrangendo todas as regiões administrativas, comandadas cada uma por um integrante, denominado “Disciplina”.

O papel de cada líder regional seria recrutar criminosos locais e convencê-los a se filiar à facção, sendo que, para isso, deveriam passar a obedecer ao rígido código de conduta do grupo criminoso.

Os policiais descobriram outra nova prática relacionada ao estabelecimento do jogo do bicho em algumas regiões do DF visando obter recursos financeiros para o grupo. O ocupante do cargo de “Geral do Jogo do bicho”, que comandava a tarefa, foi preso na Cidade Ocidental (GO).

O resultado das investigações permitiu o indiciamento de 38 membros do PCC distribuídos em várias funções no Distrito Federal e alguns radicados em outras unidades da Federação, como Piauí e Goiás, locais onde também foram sendo cumpridas ordens judiciais.

Na primeira fase, foram presos seis integrantes da facção. As prisões e buscas ocorreram em Samambaia, Riacho Fundo II, Águas Lindas (GO), Cidade Ocidental (GO), Anápolis (GO) e Canto dos Buritis (PI).

As polícias civis dos estados de Goiás e Piauí dão apoio à operação, bem como o Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (NUPRI/MPDFT).

Em meio às buscas nas residências dos faccionadas foi apreendida grande quantidade de carteiras de identidade falsas e outros documentos utilizados para a aplicação de estelionatos, porções de drogas, um telefone celular produto de roubo, e documentos diversos.


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