06/04/2017 às 07h24min - Atualizada em 06/04/2017 às 07h24min

Sala de medicação dia no HRT libera leitos para casos mais graves

Espaço atende, em média, 12 pacientes por dia

Assessoria de Comunicação Social

 

 

Uma sala simples, somada a quatro poltronas e seis profissionais, entre médico, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Pronto! Foi o suficiente para evitar, em seis meses, que cerca de dois mil leitos fossem ocupados, diariamente, por pacientes que já poderiam receber alta, mas continuavam internados apenas para tomar medicação. Isso foi possível graças à criação da sala de medicação dia, no Hospital Regional de Taguatinga.

 

"Quando cheguei ao HRT, vi que muitos pacientes ficavam até 40 dias ocupando leitos, somente porque precisavam receber antibiótico intravenoso. Além do custo para os cofres públicos, isso ainda colocava o paciente sob risco de contrair novas infecções por estar em ambiente hospitalar. Comecei a pensar numa forma de continuar atendendo essas pessoas sem necessidade de internação. Foi, então, que montei o projeto da sala de medicação dia", conta a infectologista Heloísa Costa Havagnani.

 

Em tratamento para uma infecção nos rins, o engenheiro civil Luiz Carlos da Cruz, 29 anos, passou seis dias seguidos indo à sala de medicação no HRT. "Fiquei internado por cinco dias e, se não tivesse esse serviço aqui, teria ficado internado 11 dias. Isso iria atrapalhar meu trabalho, pois sou autônomo. Agora, fico somente 20 minutos para tomar a medicação e volto para casa", conta.

 

ENCAMINHAMENTO - Cerca de 300 pacientes de várias unidades de saúde passaram pela sala. "No início, fizemos um treinamento com médicos prescritores da Região de Saúde Sudoeste, para orientá-los sobre como mandar pacientes para nossa sala. Hoje, profissionais de outras regiões de saúde também fazem esse encaminhamento", conta Heloísa.

 

Além da economia e da desospitalização, a criação da sala de medicação dia também permitiu mais rapidez ao paciente que precisa ir ao hospital somente para receber a dose do remédio. "Antes da sala, eles precisavam fazer a guia de atendimento, passar pela triagem e esperar horas por uma consulta, já que normalmente são classificados como verde, mesmo se já tivessem sido atendidos por um médico em outro local. Agora, com o encaminhamento, chegam direto à sala de medicação", conta a infectologista.

 

Ela explica que houve, inclusive, diminuição dos casos de descontinuidade do tratamento. "Como havia demora no atendimento para tomar apenas uma medicação, muita gente abandonava o tratamento, o que é arriscado em caso de uso de antibióticos. Agora, nenhum dos cerca de 300 pacientes que passaram por aqui abandonou o tratamento", conta.

 

A sala de medicação funciona das 7h às 19h. Por isso, são admitidos pacientes que necessitam até duas doses diárias de algum remédio. A maioria precisa de antibióticos, mas também tem sido frequente a ida de pessoas para tomar vitaminas. No local, são atendidos, em média, 12 pacientes diariamente.

 

"Há a intenção da Secretaria de Saúde em expandir salas como essa para toda a rede. É preciso estruturar para que tenhamos os profissionais necessários e desvinculados da emergência para que tudo funcione como precisa", conta Heloísa.


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