Mesmo com o anúncio de que uma consulta ao colégio de líderes seria feita para tratar da instalação da CPI da Pandemia no início da sessão remota da Câmara Legislativa desta quarta-feira (9), a decisão foi mais uma vez adiada.
O presidente da Casa, deputado Rafael Prudente (MDB), que havia tomado a decisão, não compareceu hoje ao plenário virtual, justificando problemas familiares. Cobrado pelos distritais defensores da investigação, Robério Negreiros (PSD), que esteve à frente dos trabalhos, alegou não haver “representatividade” (número suficiente) de líderes presentes para proceder a consulta e encerrou a sessão.
como “vergonha”, “brincadeira” e a expressão “falta de compromisso” para classificar o quadro que se instalou na CLDF desde que o requerimento para a abertura da CPI da Pandemia alcançou as 13 assinaturas necessárias para fazer com que a comissão tivesse prioridade sobre as demais. “Essa circunstância reforça o discurso de que a Câmara Legislativa é uma ‘casa de horrores’ e daqueles que desejam fechá-la”, argumentou o deputado Leandro Grass (Rede), autor do pedido da CPI que pretende investigar possíveis irregularidades em compras de insumos para o enfrentamento da pandemia.
Por sua vez, o deputado Roosevelt Vilela (PSB) disse que se sentia “envergonhado” por não poder exercer um dispositivo constitucional que é a comissão parlamentar de inquérito. Lembrou ainda que toda a cúpula da Saúde do GDF permanece presa e salientou que, nesta data, houve mais operações contra membros do governo. Já o deputado Jorge Vianna (Podemos) anunciou que o bloco partidário do qual faz parte recebeu reforços e está “apto a integrar a CPI”.
A deputada Arlete Sampaio (PT), referindo-se aos reiterados adiamentos da CPI da Pandemia, classificou o atual contexto como uma “farsa”. A distrital também leu um ofício do Conselho de Saúde do Distrito Federal, aprovado por unanimidade, que pede a instalação da comissão. Já o deputado Chico Vigilante (PT), observando que os mais diversos setores nacionais e locais estão funcionando, mesmo mediante a crise provocada pela Covid-19, declarou que “não dá para o parlamento ser desse jeito”.
O deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) desabafou: “Ontem, foi assumido o compromisso de que todos estariam aqui para decidir se íamos ou não instalar a CPI da Pandemia. Hoje, nem todos aparecem. A Câmara Legislativa não pode ser frouxa: ou instala ou não instala. Temos de ter responsabilidade com a sociedade. Estou de saco cheio dessa história”.
“Faz três semanas que o plenário está parado”, chamou a atenção o deputado João Cardoso (Avante), calculando o período em que não há votações de projetos, mas apenas debates sobre a comissão. Enquanto Fábio Felix (Psol) destacou que as sessões remotas são “extraordinárias”, podendo serem convocadas a qualquer momento. “É fundamental que a Mesa Diretora da CLDF seja responsabilizada pelo que está fazendo, seguindo um roteiro ilegal e protelatório. Este é mais um capítulo vergonhoso da história dessa Casa”, declarou.