A Polícia Civil do DF (PCDF) prendeu a mulher que abandonou uma recém-nascida no matagal de uma propriedade na Rota do Cavalo, no Núcleo Rural de Sobradinho. Os investigadores a identificaram após analisar imagens de câmeras de segurança do local em que a bebê foi achada, na última quinta-feira (10/9).
Policiais da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) investigam o caso e ouviram a suspeita neste sábado (12/9), após a prisão em flagrante. Segundo o delegado-chefe da unidade policial, Hudson Maldonado, ela é a mãe da criança. A polícia não divulgou o nome dela.
A mulher tem 22 anos e é moradora do Paranoá. Ela teria abandonado a recém-nascida cinco dias após o parto. “Não tinha passagens pela polícia. Escondeu a gravidez da família e disse estar com um cisto”, informou.
“A mãe da infratora ficou muito envergonhada e revoltada com o fato. Ela quer, inclusive, a guarda da bebê. Disse que se a filha dela não quis, ela quer. Está profundamente envergonhada”, acrescentou o delegado.
À polícia, a mulher teria dito que o pai da bebê morreu recentemente, vítima da Covid-19. Ela será autuada em flagrante por abandono de incapaz.
Na imagem, a mulher aparece chegando em um carro e aparenta tocar um interfone no portão, mas ninguém atende. O motorista vai embora e ela entra por outro lado. Segundo Maldonado, a mãe afirmou que o homem que a deixou no local era um “loteiro”.
“Ele estava fazendo transporte pirata. Ela pagou para que o motorista a levasse e ele de nada sabia. Percebemos que ele vai embora após deixá-la na porta do abrigo. Ele não testemunhou, não a viu entrando, abandonando a criança e ela mesma excluiu a participação dele”, explicou.
Apesar disso, o delegado ressaltou que a polícia ainda procura saber quem é o motorista. “Ainda vamos buscar identificar de quem se trata.”
A menina foi encontrada enrolada em panos do Hospital Região Leste (Paranoá). Ela chamou atenção de moradores da região, que ouviram o choro da criança. Após ser achada, a bebê foi levada para o Hospital Regional de Sobradinho (HRS) e passa bem.
De acordo com a conselheira tutelar da região, Elita Valdez, é provável que a criança seja levada para adoção. “Essas mães precisam saber que não podem fazer isso. Existe a possibilidade de entregar o filho para adoção logo após o parto. É uma maneira legalizada de se fazer isso”, ressalta.