Wilson Witzel, o governador afastado do Rio de Janeiro, enviou às vésperas da votação do relatório sobre o pedido de impeachment que sofre na Assembleia Legislativa (Alerj), um vídeo aos deputados estaduais em que faz um apelo para ser mantido no cargo.
O vídeo, mandado para grupos de Whatsapp de políticos na noite dessa terça-feira (15/9), já circula nas redes sociais. No material, com pouco menos de dois minutos, Witzel faz críticas ao Ministério Público Federal. De acordo com ele, o MPF apresentou acusações “levianas”.
“Eu fui afastado do meu cargo de governador sem direito de defesa. No nosso governo eu combati a corrupção, combati o crime organizado”, afirma o governador afastado.
Em determinado momento do vídeo, Witzel se refere a ele mesmo em terceira pessoa, ao pedir a permanência do cargo: “Dizem que eu recebi milhões de reais em corrupção, só que até agora, o que encontraram são rendimentos declarados no meu imposto de renda. O governador Wilson Witzel precisa terminar o seu mandato”, afirma.
A comissão especial da Alerj votará o parecer nesta quinta-feira (17/9). Se a maioria dos 25 integrantes da comissão for favorável ao relatório, ele será incluído na pauta de votações do plenário da Alerj na próxima quarta-feira (23/9).
Se 47 dos 70 parlamentares concordarem com o entendimento da comissão, Witzel é afastado pela Alerj. No momento, ele já está fora do cargo por 180 dias, mas por meio de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Witzel foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no governo estadual.
O governador do Rio de Janeiro foi afastado do cargo, no âmbito da Operação Tris in Idem, um desdobramento da Operação Placebo, que investiga atos de corrupção em contratos públicos do governo do Rio de Janeiro.
A investigação aponta que a organização criminosa instalada no governo estadual a partir da eleição de Witzel se divide em três grupos que, sob a liderança de empresários, pagaram vantagens indevidas a agentes públicos.
A defesa de Witzel critica a instauração do processo, que teria como motivação denúncias “especulativas, baseadas em matérias jornalísticas espetaculosas”.