O fim da obra de pavimentação de um trecho da DF-285, rodovia que liga o Distrito Federal a Goiás e Minas Gerais, é ansiosamente aguardado pelas comunidades rurais do Lamarão, Jardim II, Pdaf e São Bernardo. São mais de quatro mil moradores, numa região que, situada entre as cinco maiores produtoras do DF, movimenta, por ano, uma média de R$ 1 bilhão em produtos agrícolas.
R$ 1 bilhãoMédia anual movimentada pela região, referência em produção agrícola
Desejo antigo desses moradores, o asfalto vai se estender por 13 quilômetros da rodovia. Responsável por essa obra vital para o escoamento do maior polo de produção de grãos do DF, o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) já executou mais de 60% do serviço. O governo investe mais de R$ 16,2 milhões dos cofres públicos, gerando cerca de 150 postos de trabalho.
“Essa obra é muito positiva, porque tínhamos problemas o ano todo: na seca, a poeira que tapava a visibilidade; na chuva, a via virava um atoleiro só”, detalha o presidente do Grupo de Apoio aos Moradores e Produtores do Jardim 2, Laurentino Ribeiro. “Temos diversos relatos de colegas que chegaram a perder os produtos por falta de condições de transportar.”
O superintendente de obras do DER-DF, Cristiano Alves Cavalcante, reforça a preocupação do atual governo em dar melhores condições à comunidade rural. “Desde o ano passado, o 4º Distrito Rodoviário [região em que se localiza a obra da DF-285] recebeu três vezes mais obras do que nos últimos cinco anos”, pondera.
“Desde o ano passado, o 4º Distrito Rodoviário recebeu três vezes mais obras do que nos últimos cinco anos”Cristiano Alves Cavalcante, superintendente de Obras do DER-DF
Qualidade do asfalto
O chefe do 4° Distrito Rodoviário, Cyrino Flávio Ferreira, destacou que a obra, além de proporcionar mais qualidade e conforto para os condutores, vai gerar uma economia significativa. “A cada dois meses, realizamos a manutenção da rodovia em decorrência do fluxo de caminhões, que é grande. Com o asfalto, o volume de manutenção diminuirá”, prevê.
Engenheiro do departamento, Fabiano Ferreira Campos ressalta que a prioridade na execução da pavimentação está relacionada à qualidade do serviço. “Estamos trabalhando bem a sub-base e a base da pavimentação”, explica. “Em seguida, serão colocadas duas camadas de revestimento asfáltico para ter durabilidade, resistência e qualidade. Essa estrada tem muito fluxo, e o trânsito de veículos exige toda essa preparação e cuidado”.
Poeira traz doenças
Agente Comunitária de Saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) nº 04 do Paranoá e moradora da Núcleo Rural Jardim II, Eliete de Sousa conta que, antes da chegada do asfalto, a sensação era de que a região havia sido esquecida. “Estávamos cansados de tanto ouvir promessas, nem acreditávamos mais. Quando as obras começaram, foi só alegria”, comemora.
Segundo ela, cerca de 80% dos atendimentos na UBS estão ligados a doenças e alergias respiratórias causadas pela poeira da rodovia. “Assim que estiver tudo pronto, a procura deve cair consideravelmente, principalmente no período de estiagem, quando há maior ocorrência de enfermidades desse tipo”, avalia.