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A cúpula da justiça brasileira está contaminada pelo câncer do aparelhamento ideológico,parte dos seus órgãos vitais está comprometida e a metástase se alastra, com as células malignastravando ferrenho combate contra os anticorpos inoculados com a operação Lava Jato.
Os alvos maisvisados neste momento sãoos principaisprotagonistas da operação lava jato, com o objetivo claro de desmoralizar o sistema,devolver a liberdade aos condenados erestaurara impunidade vergonhosa que reinava no Brasil antes da deflagração daquela operação.
Traz grande prejuízo aos interesses da sociedadee soa como uma retaliação a atitude do Tribunal RegionalFederal do Rio de Janeiroao condenar o Juiz Marcelo Bretas, mesmo que com uma simples advertência, por haver comparecido a uma solenidade cívicade inauguração da ligação da ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha e de um evento religioso na praia de Botafogo, convidado por ser uma autoridade importante do seu município, porque a cerimônia foi presidida pelo Prefeito e contou com presença do Presidente da República.
Porque não olham para o próprio rabo? Um ministro da Suprema Corte e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasilparticiparamdeuma reuniãoorganizada por um movimento popular reconhecidamente criminoso, cujo presidente prega a luta armada, na qual a maioria dos presentes eraformada pormagistrados e juristas.
Esse é umevento de características antidemocráticas, que dá uma clara demonstração do aparelhamento de parcela do poder judiciário, herança dos governos de esquerda derrotados.
Os primeiros ataquesdesse fogo cerradoforam desfechados contra o então Juiz Sérgio Moro, que teve a ousadia de condenar “a alma viva mais honesta deste País”pela compra irregular e reforma subsidiada por empreiteira de uma cobertura no Guarujá.
Para afastar qualquer ideia de perseguição política ou parcialidade naquela condenação, basta citar que, somente no caso do triplex “da Dona Marisa”, a defesa do ex-presidente protocolou 78 questionamentos judiciais, incluindo mandados de segurança, reclamações e habeas corpus, entre fevereiro de 2016 e junho de 2018, sendo 5 na primeira instância, 44 no TRF-4, 17 no STJ e 12noSTF. Além disso, a sentença foi confirmada ou ampliada em três instâncias, sempre por unanimidade.
Isso nos dá uma mostra concreta de porque a justiça não consegue levar poderosos para a cadeia, enquanto os presídios estão abarrotados com ladrões de galinha que nem um julgamento justo mereceram.
O argumento da parcialidade de Morotomou contornos dramáticos ao ter ele aceitado o cargo de ministro no governo Bolsonaro e tornou-se prenúncio da possível anulação de todas as sentenças contra Lula, após a 2ª turma do STF decretar sua parcialidade e declarar a nulidade da condenação no processo do Banestado.
Os votos, para variar, foram de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski que, contrariando sua imagem aos olhos do povo,nunca se consideraram suspeitos para julgar qualquer processo.
Um dos casos mais escandalososde suspeição de Gilmar Mendes foi a concessão de dois habeas corpus, em poucos dias, para a soltura do empresário Jacob Barata Filho, quando ele esua esposa,conforme fartamente noticiado à época, foram padrinhos de um casamento entre o seu sobrinho e a filha de Jacob Barata.
Quando questionado, limitou-se a responder,com o cinismo característico: “ser padrinho de casamento impede alguém de julgar um caso? Vocês acham que isso é relação íntima como a lei diz?”
Quanto à suspeição de Lewandowski, basta lembrar sua atitude criminosa, enquanto era presidente do STF, ao rasgar a Constituição da qual deveria ser guardião, para manter os direitos políticos de Dilma Rousseff.
O segundo movimento pela impunidade foi caracterizado por três tentativas de afastar o coordenador da operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol.
A primeira, por apresentar em powerpoint um esquema que mostrava o ex-Presidente da República como chefe da quadrilha que solapou o País durante todo o seu governo, teve o processo arquivado pelo Conselho Nacional do Ministério Público.Talvez Lula esperasse o tratamento preferencial que o livrou da prisão no escândalo do mensalão.
Na segunda tentativa, o ministro Fux mandou desconsiderara advertência a que o Procurador foi condenado em 2019,porque havia declarado que uma “panelinha” do STF passa a mensagem de “leniência” a favor da corrupção em algumas decisões.
Na terceira, finalmente, foi conseguida a condenação,atendendo à reclamação de ninguém menos que o multidenunciado Renan Calheiros, por haver Dallagnol declarado nas redes sociaisque caso Renan fosse eleito, dificilmente teríamos a reforma contra corrupção aprovada.
Não é sério e confiável um sistema jurídico que acolhe a reclamação e condena o Procurador responsável pelo combate à corrupção pelo motivo alegado e, principalmente, pelo histórico do senador que apresentou a reclamação.
Não conseguirão,apesar de todo esse esforço contrário,vencer a tenacidade e o reconhecido profissionalismo de grande parte do Ministério Publico e das polícias Federal, Rodoviária, Civil e Militar que, após a troca dos comandos na área do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram diariamente vitalidade redobrada contra todos os tipos de contravenção.
Nunca se fez tanta apreensão de drogas ilícitas, armamento clandestino, cargas roubadas e contrabando em geral.
As prisões preventivas, indiciamentos e denúncias se avolumam diariamente, mas de nada adiantará esse avanço se persistir o boicote da cúpula aparelhada do judiciário,evitando transformar essas ações em julgamentos expeditos e as justas condenações.
O STF vai testando e avançando na interferência nos outros poderes e, como não encontra obstáculos, aprofunda o processo de domínio, extrapolando todos os limites do razoável, sem qualquer reação efetiva da sociedade e dos demais poderes.
O câncer não se desfaz por conta própria; tem que ser extirpado.
BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS.