Familiares, amigos e fiéis da Igreja Assembleia de Deus Voz do Calvário despedem-se do pastor Francisco Antônio dos Santos Marques, 35 anos, na manhã desta terça-feira (6/10), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. O velório teve início às 9h, e o sepultamento ocorrerá às 11h.
O religioso foi assassinado quando começava um culto na igreja, por volta das 9h do domingo (4/10), no Conjunto W da QS 11, no Areal. Ele foi atingido pelas costas, no momento em que estava de joelhos, em oração.
Segundo o pastor Adão Luiz Rodrigues, que também comanda a igreja palco do assassinato, havia quatro pessoas no culto no momento da tragédia. “Eu acordei, estava tomando café e ouvi cinco disparos. Na mesma hora, corri e já estava juntando um monte de gente. Ainda o segurei, mas ele [Francisco] morreu nos meus braços”, relatou.
Comovida, a missionária Luana Marques, 22, esposa do pastor, disse ao Metrópoles que, apesar de ter perdido o marido, se sentia consolada pelo fato de ele “estar na igreja”. “Muitas pessoas disseram que ele iria morrer nessa vida [do crime], mas ele deixou um legado. E isso é o que mais nos consola”, disse.
“Ele dizia que um dia poderia vir alguém e matá-lo dentro da igreja, mas que ele seria salvo. Ele morreu de joelhos, orando ao Senhor”, completou, emocionada.
De acordo com Luana, na manhã em que ocorreu o crime, ela pediu a Francisco que não fosse ao templo religioso, mas ele teria dito que “como pastor, tinha que dar o exemplo”. “A gente passou a madrugada praticamente toda orando dentro da igreja. Ele sentiu uma necessidade muito grande naquele dia de buscar [a Deus]”, narrou.
“Uma imagem que não sai da minha cabeça foi a do meu filho pequenininho falando: ‘Papai’, e levantando a mão para o céu naquela noite. Foi quando o meu marido disse: ‘Luana, ele está querendo me dizer alguma coisa'”, contou.
Segundo a viúva, tudo o que a família espera, agora, é apenas “a justiça divina”. Ela ainda ressaltou que não deseja mal à pessoa que cometeu o homicídio. “Eu vou orar ao senhor para que Deus tenha misericórdia da alma dele [de quem cometeu o crime], para que, assim como o meu esposo saiu do crime, ele saia também. Só espero que peça perdão pelo que fez e tenha verdadeiramente um encontro com o Senhor”, desejou.
“No último culto, meu marido pregou sobre o céu. Disse: ‘Jesus está voltando. Mesmo que não volte para todos aqui agora, pode voltar para mim hoje’. E é isso que tem me sustentado nesse momento, é o céu que tem me sustentado”, relembrou Luana.
Durante a cerimônia, representantes da Secretaria Extraordinária da Família, nova estrutura do Governo do Distrito Federal (GDF), estiveram no local para prestar assistência à família e à igreja.
Até o momento, a polícia não prendeu nenhum suspeito do crime. A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga) investiga o caso.