11/10/2020 às 06h31min - Atualizada em 11/10/2020 às 06h31min

Novo hospital de Ceilândia só em 2021

O governador anunciou, ontem, obra de revitalização da Feira Central de Ceilândia, que custará R$ 22 milhões

Mariana Machado
Correioweb
 

 

Obras da unidade estão 90% concluídas. Previsão era de que a estrutura fosse utilizada como hospital de campanha ainda em 2020

 

Em visita à Feira Central de Ceilândia, na tarde de ontem, o governador Ibaneis Rocha anunciou que o tão esperado Hospital de Campanha da cidade só será inaugurado no início de 2021. A estrutura, de 2 mil metros quadrados de área construída, e com 60 leitos, sendo 40 de enfermaria, e 20 de unidade de terapia intensiva (UTI), era esperado para setembro. O contrato, assinado em 13 de julho, projetava a entrega em 60 dias, isto é, na segunda quinzena de setembro.

 

Segundo a Secretaria de Saúde, as obras, orçadas em R$ 10,4 milhões, estão 90% concluídas. “No momento, a construção está iniciando o detalhamento da cobertura e aguardando os equipamentos de ar-condicionado. As pinturas internas e externas já foram iniciadas, assim como a instalação da rede de gases e a do piso intertravado”, informou o órgão, por nota oficial. A pasta, no entanto, não explicou o motivo do atraso, dizendo apenas que “após a conclusão das obras, um processo de seleção será aberto para formalizar o contrato de gestão da unidade”.

 

Inicialmente, o governo havia anunciado que após a pandemia, a estrutura seria o novo Hospital Materno Infantil de Ceilândia. “Aqui tem o nascimento de pessoas não só da cidade, mas também do Entorno, muito especialmente da área de Águas Lindas (GO), que vêm para ser atendidos aqui em Ceilândia”, informou o governador.

 

Vale lembrar que Ceilândia e Sol Nascente concentram o maior número de casos de covid-19 no Distrito Federal. Segundo boletim epidemiológico divulgado ontem, já são mais de 24,5 mil casos, e 615 mortes.

 

Ainda assim, o governo segue flexibilizando as medidas de isolamento. Na noite de quinta-feira, dois decretos publicados autorizavam o retorno do trabalho presencial em órgãos públicos, e liberavam o limite de pessoas em mesas de bares e restaurantes. Ontem, Ibaneis comentou a decisão. “Nós chegamos em um momento em que os números estão caindo. Nós temos uma quantidade de leitos hospitalares que nos permitem com segurança fazer uma flexibilização, então nós temos que tomar as atitudes”, afirmou. “Tivemos coragem para fechar no momento certo e temos coragem para abrir, também, no momento que os nossos técnicos indicam que está no momento adequado”.

 

Nova feira

 

O motivo principal da visita do governador era anunciar a revitalização da Feira Central de Ceilândia. A obra está orçada em R$ 22 milhões, e tem previsão de começar no início de 2021, após o período de chuvas. Segundo o chefe do Buriti, a ideia é obter recursos com emendas do Congresso Nacional. A expectativa é concluir tudo em 2022. “A gente vai valorizar e trazer para as pessoas mais dignidade, tanto para feirantes, quanto para aqueles que frequentam a feira”.

 

Atualmente, a feira ocupa um espaço de 5 mil metros quadrados. Após a revitalização, passará a ter área total de 12 mil m², com mezanino e piso superior, onde vai funcionar a praça de alimentação. Além disso, serão instaladas câmeras de vigilância com detecção facial, placas fotovoltaicas e sistema de captação de água da chuva para reúso. “A revitalização das feiras não para por aqui. Esse é um projeto maior, que estamos fazendo em todas as feiras do DF”, garantiu o governador.

 

198 mil casos

 

O número de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Distrito Federal segue crescendo, enquanto que a média móvel oscila. O boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Saúde mostrou um total de 198.807 casos até o momento, dos quais 3.398 faleceram e 188.349 se recuperaram. Nas últimas 24 horas, somaram-se mais 615 diagnósticos e sete óbitos.

 

As mortes em questão aconteceram entre 1º e 20 de setembro, mas só agora puderam ser acrescidas aos dados da vigilância epidemiológica. Do total de mortes, 2.903 pacientes apresentaram ao menos uma comorbidade, como obesidade, asma ou doenças pulmonares.

 

Segundo o painel de monitoramento da Secretaria de Saúde, do total de 262 leitos com suporte de ventilação mecânica para pacientes com covid-19, 154 estão disponíveis, o que corresponde a cerca de 63% de vacância. Ontem, o órgão anunciou um plano para a desmobilização dos leitos exclusivos. Não há um cronograma, mas eles serão redirecionados a pacientes que precisam de internação por outras patologias. O plano terá 11 fases, ainda sem data para iniciar.


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