O estudo de plasma de convalescentes da Covid-19 realizado em parceria pela Universidade de Brasília (UnB), Fundação Hemocentro de Brasília e Secretaria de Saúde se uniu a um consórcio internacional de pesquisadores. O objetivo é acelerar a análise de dados sobre possível novo tratamento para o coronavírus.
Segundo explica o coordenador do estudo no DF, professor André Nicola, da Faculdade de Saúde da UnB, a iniciativa partiu da Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês). O nome do projeto em português seria Monitoramento Contínuo de Ensaios Internacionais de Conjuntos de Plasma Convalescente para Pacientes Internados com Covid-19, ou Compile, em inglês.
“Neste momento, participam sete grupos de pesquisadores de diferentes partes do mundo”, conta Nicola. São estudiosos de lugares como Holanda e China, e todos eles buscam entender como o plasma de recuperados da Covid-19 pode ajudar quem ainda está doente.
“Os dados são enviados e, em seguida, analisados de forma central por esse laboratório na NYU, usando uma estratégia matemática”, explica Nicola. Apesar de o exame ser feito nos Estados Unidos, os pesquisadores brasileiros estão livres para continuar explorando os resultados de forma autônoma.
A pesquisadora da Universidade de Nova York Eva Petrova, participante do Compile, disse que, para encontrar tratamentos eficazes e eventualmente vacinas contra a Covid-19, a única opção é fazer parcerias. “A forma como a pandemia evolui mostra que nenhuma instituição, ou mesmo um único país, reunirá informações suficientes e dados de alta qualidade para entender em tempo real quais terapias são eficazes”, frisa.
Para Eva, a combinação da experiência de vários locais diferentes torna a iniciativa muito mais poderosa, já que é possível observar a variação do tratamento em diversas populações. Ela ressalta que o projeto vai estar pronto assim que surgirem provas convincentes dos resultados de todas as pesquisas participantes combinadas.
Nicola também acredita que a parceria entre a UnB e a UNY empodera a pesquisa feita no DF.
A pesquisa feita no DF quer descobrir se o plasma sanguíneo de pacientes já curados do coronavírus ajuda na recuperação de pacientes no estágio moderado da doença. A proposta do estudo é testar o tratamento em internados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
O resultado sobre a eficácia ou não do método deve levar alguns meses para sair.