Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF), a cela na qual o teto foi danificado pelos presidiários precisou ser interditada para perícia criminal. Os internos, no entanto, foram recolocados em outros espaços do presídio. A pasta informou, ainda, que ocorrências policiais e administrativas foram abertas pela direção do CDP I.
No sábado, uma outra situação evidenciou as falhas no sistema prisional da capital. Policiais penais encontraram, durante vistoria realizada na Ala C do Bloco II do CDP I, pedaços de barra de ferro e garrafas plásticas contendo material artesanal — geralmente utilizado para camuflar buracos em paredes e tetos. Os objetos são retirados da própria estrutura das celas, comprovadamente antigas e inadequadas à custódia dos presos.
A Seape esclareceu que instaurou um Procedimento Apuratório Preliminar (PAP) para investigar as circunstâncias envolvendo as duas situações. “Para aumentar a segurança no CDP I, a Administração Penitenciária determinou o reforço das equipes de plantão na unidade prisional por meio do Serviço Voluntário Gratificado (SVG), principalmente no horário noturno, bem como a realização constante de revistas na estrutura física das celas e pátios. Rondas internas e externas também foram reforçadas com o apoio da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (Dpoe)”, afirmou o órgão, por meio de nota oficial.
A maior fuga dos últimos 10 anos no sistema prisional do DF aconteceu na madrugada de 14 de outubro. Com o auxílio de uma espécie de faca artesanal produzida pelos próprios presos, 17 internos cavaram, por quatro dias, um buraco no telhado.
Até a última atualização desta reportagem, dos 17 foragidos, 13 haviam sido recapturados. As forças de segurança procuram, ainda, por: Carlos Cauan da Silva Campos; Gabriel Nathan da Rocha Bessio; Lucas Caldeira da Silva e Wanderson da Silva Santos.
Os 17 internos fugiram pelo teto do CDP durante a madrugada. Câmeras do circuito interno de segurança gravaram o momento em que os detentos saíram por um buraco e desceram o prédio com o auxílio de uma corda formada por panos, conhecida pelos custodiados como “tereza”. As buscas tiveram início, ainda, durante a madrugada do dia 14, e são realizadas pela Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), além das polícias Militar, Civil e Rodoviária. A Secretaria de Administração Penitenciária abriu um procedimento interno para apuração da fuga e da origem da faca artesanal utilizada pelos detentos para cavar o teto.
O CDP I é um dos presídios mais velhos da Papuda. Fundado em 1973, a unidade abriga 3.409 detentos, mas tem capacidade para 1.679, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape). Os internos que fugiram do presídio estavam lotados na Cela 4, da Ala C, do Bloco 1.
A Seape esclareceu, ainda, que aguarda a liberação dos seis blocos do Centro de Detenção Provisória II (CDP II) e autorização da Vara de Execuções Penais (VEP-DF) para realizar a transferência de todos os reeducandos do Bloco I, do CDP I, para a nova unidade.
Com os quatro novos CDPs, após a inauguração completa da obra, serão disponibilizadas 3,2 mil novas vagas, com 16 módulos de vivência — como são chamados os pavilhões — mais modernos e com capacidade para 200 reeducandos, cada um.