14/11/2020 às 08h59min - Atualizada em 14/11/2020 às 08h59min

Preso por estuprar filha da namorada no DF já possui outras condenações

Homem detido em Águas Claras tem pena de 22 anos e 10 meses de reclusão por estupro de vulnerável e por infrações à Lei Maria da Penha NATHÁLIA CARDIM

NATHÁLIA CARDIM
METRÓPOLES

Duas semanas após o Metrópoles noticiar a prisão de um homem de 35 anos, acusado de estuprar uma menina de 10 anos, filha da atual namorada, a reportagem apurou que há outros dois processos anteriores nos quais o abusador também foi denunciado. Em um deles, ele teria abusado de outra enteada, filha da ex-mulher – à época, a vítima tinha 12 anos.

O homem não terá o nome revelado para que as vítimas também não sejam identificadas. As condenações são por estupro de vulnerável e infrações à Lei Maria da Pena. As penas somam 22 anos e 10 meses de prisão em regime fechado.

No entanto, o acusado nunca havia sido preso até ser detido pela equipe da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), pelo caso mais recente. Ele recebeu, no ano passado, o direito de responder em liberdade pelas acusações anteriores.

De acordo com a apuração da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em 25 de outubro, o acusado estuprou a filha da namorada na residência do casal, na QR 617 de Samambaia. Antes de assediar a menina, o homem teria fechado janelas e cortinas do imóvel para não levantar qualquer suspeita.

Segundo as investigações, a mãe da criança denunciou o companheiro um dia após o crime, em 26 de outubro. “Ela relatou que convivia com o autor havia três anos e nunca deixava a filha só com ele. No dia 25, precisou deixar a filha com o companheiro, e ele abusou da criança. Ele teria ficado nu na frente da menina e se masturbado. A filha contou para a mãe, e ela fez o registro”, afirmou o delegado-chefe da 26ª DP, Cícero Jairo.

O acusado foi preso no apartamento da mãe dele, em Águas Claras, em 30 de outubro, após a Justiça expedir um mandado de prisão preventiva. Agora, responderá mais um processo por estupro de vulnerável.

Reincidente

Os outros dois crimes foram cometidos em 2016. O agressor convivia desde 2014 com a ex-esposa e a filha mais velha dela. Com o término da relação, o homem incendiou pertences da ex, na casa onde eles moravam, além de agredir a mulher fisicamente, segundo consta no processo judicial.

Antes disso, também há quatro anos, ele teria abusado da enteada, à época com 12 anos, e de mais duas pré-adolescentes. Por esse processo, foi condenado há 22 anos e 10 meses de detenção.

“Quando vi que ele foi preso mais uma vez por cometer os mesmos crimes, fiquei em choque”, relatou a ex-mulher do acusado ao Metrópoles.

Ela expôs o sofrimento para que outras mulheres não se tornem vítimas. “Uma vez agressor, sempre agressor. Uma vez estuprador e pedófilo, sempre estuprador e pedófilo. Não se pode confiar em homens com esse tipo de conduta. Mulheres não são centro de reabilitação”, desabafou.

Fogo

O casamento dela com o agressor teve fim em outubro de 2016. Quando ela decidiu pôr fim ao relacionamento abusivo, o homem não aceitou e teria ateado fogo em diversos pertences dela e da filha mais velha, fruto de outro relacionamento. Juntos, os dois têm uma filha de 5 anos.

À época, a vítima formalizou denúncia na Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam) e tornou o caso público em seu perfil do Facebook (veja abaixo).

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Abusos durante brincadeiras com crianças

A reportagem teve acesso ao processo penal que resultou na condenação do homem pelo estupro de vulnerável cometido contra a enteada e outras duas meninas.

Consta na denúncia que as garotas participavam de uma festa de família quando o acusado se ofereceu para ensiná-las a nadar na piscina. “Momento em que ele aproveitou-se da situação para passar a mão na genitália e nos seios delas por cima do biquíni”, diz trecho da peça.

Ainda segundo o texto do processo, o acusado negou a prática dos delitos e afirmou que “de brincadeira” quis ensinar as meninas a nadar na piscina, mas não tocou nelas.

Há informações de que o acusado abusou da enteada entre os anos de 2014 e 2016, quando ele morava com a mãe da menina. Na primeira vez, ele teria tocado nos seios da garota, quando ela ainda tinha apenas 8 anos, e aconteceu dentro do carro do então padrasto.

Em outras oportunidades, ocorridas na residência do casal à época, o abusador teria se aproveitado das brincadeiras com a enteada para pegar nos seios dela, em contato direto com a pele. Em outra ocasião, o denunciado empurrou a vítima de bruços na cama dele e passou a encostar o pênis nas costas e nas nádegas da menina.

Agora preso, ele está no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário da Papuda. O Metrópoles tentou contato com a defesa do acusado, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.


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