A Secretaria de Saúde informou, nesta sexta-feira (8/1), a criação de uma Comissão de Acompanhamento do Plano Estratégico e Operacional da Vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal. A medida será oficializada na próxima semana. O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Câmara Legislativa (CLDF) criou a Comissão Especial de Vacinação para fiscalizar a imunização contra o novo coronavírus em Brasília.
Embora ainda não tenha definido o tipo da vacina e o laboratório responsável, por depender das orientações do Ministério da Saúde, a pasta local adiantou que o grupo vai atuar na execução de cada etapa do plano distrital de imunização, “articulando e integrando as estratégias” para a campanha. A ideia é vacinar 80% da população até o fim deste ano.
Integrantes da Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS), da Assessoria de Comunicação (Ascom), da Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde (Sais), Secretaria Adjunta de Assistência (SAA), Subsecretaria de Gestão de Pessoas (Sugep) e Subsecretaria de Logística (Sulog) serão convocados para esse trabalho.
Nesta sexta-feira (8/1), uma reunião entre as áreas da Secretaria de Saúde foi realizada para debater o plano e traçar estratégias, pensando em todos os cenários possíveis e na melhor maneira de atender os grupos prioritários.
“Cada setor envolvido no Plano Estratégico contribuirá para a tomada de decisões com relação à vacinação. O início da vacinação vai seguir as datas previstas pelo plano do Ministério da Saúde. Assim que as doses chegarem, a Secretaria de Saúde estará pronta para iniciar a vacinação para os grupos da primeira fase”, explicou o secretário adjunto de Assistência, Petrus Sanchez.
Ainda de acordo com a pasta, a partir de 18 de janeiro, começará o treinamento com todos os responsáveis por aplicação de vacinas, “pois será necessário além de cadastrar no sistema, passar as informações à população com relação aos possíveis efeitos adversos da vacina”.
O cronograma divulgado pelo GDF beneficia, na primeira etapa da campanha contra a Covid, os trabalhadores da saúde, a população idosa a partir dos 75 anos de idade e pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas. A segunda fase será para as pessoas de 60 a 74 anos.
A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença, como: portadores de diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; e obesidade grave.
Na quarta-feira (6/1), em pronunciamento oficial, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o governo federal tem 354 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus asseguradas para este ano. De acordo com ele, atualmente o Brasil tem 60 milhões de seringas e agulhas, distribuídas a estados e municípios. O montante é, de acordo com o general, “suficiente para iniciar a vacinação ainda em janeiro”.
A previsão do ministério é de que mais oito milhões de equipamentos cheguem em fevereiro e mais 30 milhões já foram reservados junto aos fabricantes nacionais dos materiais.
Pazuello defendeu que o Brasil já tem 354 milhões de doses asseguradas para 2021. “Somos o único pais da América Latina que tem três laboratórios produzindo vacinas. Seremos exportadores de vacina muito em breve”, ressaltou.
Do total, é estimado que 254 milhões sejam produzidas apenas pela Fiocruz, que desenvolve no Brasil a vacina de Oxford em parceria com a AstraZeneca. As outras 100 milhões de doses serão produzidas pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.
Durante o comunicado, o ministro da Saúde também defendeu que o governo federal está em tratativas com a farmacêutica Pfizer para, em suas palavras, “resolver as imposições que não encontram amparo na legislação brasileira”.
“Entre elas: isenção total e permanente de responsabilização civil por efeitos colaterais advindos da vacinação; transferência do foro de julgamento de possíveis ações judiciais para fora do Brasil; e disponibilização permanente de ativos brasileiros no exterior para criação de um fundo caução para custear possíveis ações judiciais”.