15/04/2017 às 16h10min - Atualizada em 15/04/2017 às 16h10min

Lista de Fachin revelou intermediários de propinas a políticos do DF

Entre os nomes de articuladores citados nas delações, um dos mais conhecidos é Márcio Machado, ex-secretário de Obras do DF. Machado respondeu pela pasta de 2007 e dezembro de 2009, durante o governo de José Roberto Arruda, quando também presidiu o PSDB local.

Metrópoles
 
 

De acordo com delatores, personalidades conhecidas na capital teriam ajudado Agnelo, Arruda e Filippelli a negociar vantagens com a Odebrech.

 

A divulgação da lista de Fachin nesta semana atingiu em cheio figuras públicas importantes do Distrito Federal, principalmente os ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda, e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli. Todos constam nas delações de ex-executivos da Odebrecht como receptores de propina mediante favorecimento da empresa em contratos com o Governo do Distrito Federal. No entanto, há outro aspecto que une os três: a exposição de importantes assessores e apoiadores como seus interlocutores no esquema abastecido pela empreiteira.

 

De acordo com depoimentos de delatores, os recursos repassados nem sempre chegavam aos políticos diretamente ou era por eles negociados. Geralmente, o processo ocorria por meio de pessoas de confiança. Esses intermediários eram fundamentais ao sucesso da empreitada, da negociação à entrega dos valores, conforme detalhou os dirigentes da Odebrecht em suas delações.

 

Assim, gente bastante conhecida pela atuação nos bastidores do poder na capital foi subitamente alçada ao primeiro plano, figurando na lista dos denunciados que terão de responder à Justiça do DF, a partir do encaminhamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edison Fachin.

 

Entre os nomes de articuladores citados nas delações, um dos mais conhecidos é Márcio Machado, ex-secretário de Obras do DF. Machado respondeu pela pasta de 2007 e dezembro de 2009, durante o governo de José Roberto Arruda, quando também presidiu o PSDB local.

Segundo o depoimento do ex-executivo da Odebrecht João Pacífico, Machado era o responsável por gerenciar um grande acordo entre empreiteiras com atuação no DF, articulado pelo então governador Arruda. O objetivo seria evitar “tumultos” entre as empresas e conter disputas acirradas pelos mesmos contratos com o GDF. De acordo com Pacífico, Arruda orientou as empresas a agirem em um clima de “cooperação” e manterem constante contato com Márcio Machado.

 

BRT Sul

O suposto ambiente de colaboração foi bem-sucedido, pois levou, ainda segundo o delator, às irregularidades nas obras do BRT Sul, que liga as cidades de Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. João Pacífico afirmou, em depoimento, que a Odebrecht, após receber pedidos da Via Engenharia e da OAS, apresentou uma proposta de cobertura durante a licitação do empreendimento. Ou seja, criou um projeto fictício com preços muito acima dos praticados pelo mercado. Assim, mesmo a proposta mais barata ainda poderia ser superfaturada.

Reprodução/Facebook

Márcio Machado figura nas investigações da Caixa de Pandora e, agora, nas delações da Odebrecht

 

Essa, no entanto, não foi a primeira vez que Márcio Machado foi citado em esquemas de corrupção. Ele também figura no escândalo do mensalão do DEM (ou Caixa de Pandora), que levou à cassação de Arruda em 2010. De acordo com as investigações, o ex-secretário de Obras era um dos negociadores da propina paga por empresas aliadas ao GDF para a dispensa de licitações em contratos públicos.

 

Foi por conta da explosão do escândalo, inclusive, que Márcio Machado deixou o governo local. O engenheiro, que também presidiu o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon/DF), chegou a ensaiar uma volta política em 2014, ventilando a possibilidade de se candidatar ao cargo máximo do GDF contra o amigo Arruda. No entanto, ficou só na intenção.

 

Adalberto Valadão

Outro nome citado nas delações da Odebrecht é o do ex-presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Adalberto Cleber Valadão. Segundo o delator Paul Elie Altit, a articulação do empresário ocorreu especificamente em um projeto executado durante os governos Arruda e Agnelo: a construção do Jardins Mangueiral, em São Sebastião.

 

Ao Ministério Público Federal, Altit afirmou que a empreiteira pagou R$ 9,4 milhões para tirar do papel a Parceria Público-Privada (PPP) que possibilitou a construção do empreendimento. Do total, R$ 8 milhões teriam ido para Arruda e R$ 1,4 milhão para Agnelo. De acordo com o ex-executivo, em ambos os casos, os repasses teriam sido intermediados por Adalberto Cleber Valadão.

 

Conhecido pela atuação sindical/empresarial no DF, Valadão já tinha exercido cargos de diretoria em entidades como o Sinduscon-DF, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF).

Sinduscon-DF/Divulgação

Adalberto Valadão, da Ademi à intermediação com a Odebrecht no Jardins Mangueiral

 

Além disso, é sócio-diretor da Soltec Engenharia, e é daí que vem a conexão mais próxima com o Jardins Mangueiral. A empresa, a Odebrecht e outras quatro construtoras formaram o consórcio responsável pela construção do projeto habitacional. Ao todo, as obras custaram R$ 1,3 bilhão.

 

Desde 2003, Valadão faz parte do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan) e também mantinha uma relação próxima com o ex-governador José Roberto Arruda. Em 2006, a família dele aparece como uma das doadoras à campanha do então candidato e, em 2008, sob a presidência de Valadão, a Ademi-DF chegou a financiar a publicação do livro José Roberto Arruda – Desafios do Governo 2008, que trazia um diário do segundo ano da gestão de Arruda no GDF.

 

Abdon de Araújo

Também citado como um dos interlocutores de Agnelo Queiroz em supostos acordos ilícitos com a Odebrecht, o empresário Abdon Henrique de Araújo passou por diversos cargos no GDF durante a gestão do petista. O nome aparece nos depoimentos dos ex-executivos João Pacífico e Ricardo Roth Ferraz de Oliveira.

 

Mary Leal/Agência Brasília

Abdon exerceu cargos estratégicos na gestão Agnelo e seria contato da empreiteira para “colaborações” a campanhas do petista

 

De acordo com os delatores, durante uma reunião que contou com a presença de Abdon de Araújo, Agnelo negociou repasse de R$ 1 milhão da Odebrecht para sua campanha eleitoral em 2010, entre doações oficiais e não registradas. No depoimento, os ex-executivos afirmam que era Abdon quem recebia pessoalmente, em seu escritório, as senhas e os locais de pagamento. Também seria responsável por entregar o dinheiro ao ex-governador. O repasse teria sido feito em seis parcelas.

 

A relação entre Agnelo e Abdon era bem próxima. Na primeira campanha vitoriosa do petista ao GDF, em 2010, o empresário trabalhou como tesoureiro. Após a eleição, passou a funcionar como um ‘coringa’ no Executivo local. Primeiro, atuou como administrador do Lago Sul; depois, de Taguatinga. Na sequência, assumiu como secretário do Desenvolvimento Econômico do DF para depois virar chefe da assessoria especial do Gabinete da Governadoria.

 

Chegou a ser indicado por Agnelo para a presidência do Banco de Brasília (BRB), mas não assumiu o cargo. A última posição que ocupou no GDF foi o de presidente da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), empresa dona e administradora durante quase toda a gestão petista de outro empreendimento que teria envolvido acerto entre empreiteiras, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Abdon renunciou ao cargo para assumir um papel de coordenação na campanha infrutífera de Agnelo à reeleição, em 2014.

 

A citação nas delações da Odebrecht não é o primeiro problema de Abdon de Araújo na administração pública. Em 2013, ele foi denunciado ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) por suspeita de fraude em licitação. Já no DF, foi denunciado pelo Ministério Público pela compra, com dinheiro público, de ingressos para a Copa das Confederações que foram distribuídos para autoridades.

 

Hermano Carvalho

Também do governo Agnelo, mas considerado homem forte do ex-vice governador Tadeu Filippelli, delatores da Odebrecht citam o engenheiro Hermano Carvalho. Em depoimento, o ex-executivo João Pacífico afirma que Filippelli recebeu R$ 2 milhões em recursos ilícitos relacionados ao Centro Administrativo do GDF (Centrad), em Taguatinga. E Hermano Carvalho seria o intermediário designado tanto por Filippelli quanto por Agnelo para tratar do apoio financeiro da empreiteira à campanha de reeleição da dupla ao GDF.

 

Segundo os depoimentos, Carvalho marcava encontros com um executivo da Odebrecht em cafés e restaurantes da capital para receber o dinheiro que reforçaria a campanha eleitoral.

SINDUSCON - DIVULGAÇÃO

Hermano Carvalho, ligado à Filippelli, foi indicado como intermediário para os recursos que teriam abastecido o caixa 2 da campanha de reeleição Agnelo/Filippelli

 

O principal cargo exercido por Hermano Carvalho no GDF foi o de secretário de Desenvolvimento Econômico, de setembro de 2013 até o fim do governo Agnelo, em 2014. Antes, ele atuava como secretário-adjunto da pasta: assumiu a titularidade com a saída de Gutemberg Uchoa. Carvalho teve uma passagem anterior pelo governo federal, onde teve cargos nos ministérios do Turismo e do Esporte.

 

Procurado pelo Metrópoles, Márcio Machado afirmou que desconhece as acusações e disse que não comentaria o assunto. Já o ex-secretário Hermano Carvalho foi ouvido pela reportagem na última quarta-feira (12) e negou qualquer irregularidade: “Nunca tratei do recebimento de recursos irregulares”.

 

Ao ser procurado pela reportagem, Abdon de Araújo também negou as acusações. No entanto, afirmou que comparecia a um almoço de família e estava “sem jeito” de falar sobre o tema no momento. O empresário Adalberto Valadão não atendeu às ligações da reportagem.

 

 

De acordo com delatores, personalidades conhecidas na capital teriam ajudado Agnelo, Arruda e Filippelli a negociar vantagens com a Odebrech.

 

A divulgação da lista de Fachin nesta semana atingiu em cheio figuras públicas importantes do Distrito Federal, principalmente os ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda, e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli. Todos constam nas delações de ex-executivos da Odebrecht como receptores de propina mediante favorecimento da empresa em contratos com o Governo do Distrito Federal. No entanto, há outro aspecto que une os três: a exposição de importantes assessores e apoiadores como seus interlocutores no esquema abastecido pela empreiteira.

 

De acordo com depoimentos de delatores, os recursos repassados nem sempre chegavam aos políticos diretamente ou era por eles negociados. Geralmente, o processo ocorria por meio de pessoas de confiança. Esses intermediários eram fundamentais ao sucesso da empreitada, da negociação à entrega dos valores, conforme detalhou os dirigentes da Odebrecht em suas delações.

 

Assim, gente bastante conhecida pela atuação nos bastidores do poder na capital foi subitamente alçada ao primeiro plano, figurando na lista dos denunciados que terão de responder à Justiça do DF, a partir do encaminhamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edison Fachin.

 

Entre os nomes de articuladores citados nas delações, um dos mais conhecidos é Márcio Machado, ex-secretário de Obras do DF. Machado respondeu pela pasta de 2007 e dezembro de 2009, durante o governo de José Roberto Arruda, quando também presidiu o PSDB local.

Segundo o depoimento do ex-executivo da Odebrecht João Pacífico, Machado era o responsável por gerenciar um grande acordo entre empreiteiras com atuação no DF, articulado pelo então governador Arruda. O objetivo seria evitar “tumultos” entre as empresas e conter disputas acirradas pelos mesmos contratos com o GDF. De acordo com Pacífico, Arruda orientou as empresas a agirem em um clima de “cooperação” e manterem constante contato com Márcio Machado.

 

BRT Sul

O suposto ambiente de colaboração foi bem-sucedido, pois levou, ainda segundo o delator, às irregularidades nas obras do BRT Sul, que liga as cidades de Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. João Pacífico afirmou, em depoimento, que a Odebrecht, após receber pedidos da Via Engenharia e da OAS, apresentou uma proposta de cobertura durante a licitação do empreendimento. Ou seja, criou um projeto fictício com preços muito acima dos praticados pelo mercado. Assim, mesmo a proposta mais barata ainda poderia ser superfaturada.

Reprodução/Facebook

Márcio Machado figura nas investigações da Caixa de Pandora e, agora, nas delações da Odebrecht

 

Essa, no entanto, não foi a primeira vez que Márcio Machado foi citado em esquemas de corrupção. Ele também figura no escândalo do mensalão do DEM (ou Caixa de Pandora), que levou à cassação de Arruda em 2010. De acordo com as investigações, o ex-secretário de Obras era um dos negociadores da propina paga por empresas aliadas ao GDF para a dispensa de licitações em contratos públicos.

 

Foi por conta da explosão do escândalo, inclusive, que Márcio Machado deixou o governo local. O engenheiro, que também presidiu o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon/DF), chegou a ensaiar uma volta política em 2014, ventilando a possibilidade de se candidatar ao cargo máximo do GDF contra o amigo Arruda. No entanto, ficou só na intenção.

 

Adalberto Valadão

Outro nome citado nas delações da Odebrecht é o do ex-presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Adalberto Cleber Valadão. Segundo o delator Paul Elie Altit, a articulação do empresário ocorreu especificamente em um projeto executado durante os governos Arruda e Agnelo: a construção do Jardins Mangueiral, em São Sebastião.

 

Ao Ministério Público Federal, Altit afirmou que a empreiteira pagou R$ 9,4 milhões para tirar do papel a Parceria Público-Privada (PPP) que possibilitou a construção do empreendimento. Do total, R$ 8 milhões teriam ido para Arruda e R$ 1,4 milhão para Agnelo. De acordo com o ex-executivo, em ambos os casos, os repasses teriam sido intermediados por Adalberto Cleber Valadão.

 

Conhecido pela atuação sindical/empresarial no DF, Valadão já tinha exercido cargos de diretoria em entidades como o Sinduscon-DF, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF).

Sinduscon-DF/Divulgação

Adalberto Valadão, da Ademi à intermediação com a Odebrecht no Jardins Mangueiral

 

Além disso, é sócio-diretor da Soltec Engenharia, e é daí que vem a conexão mais próxima com o Jardins Mangueiral. A empresa, a Odebrecht e outras quatro construtoras formaram o consórcio responsável pela construção do projeto habitacional. Ao todo, as obras custaram R$ 1,3 bilhão.

 

Desde 2003, Valadão faz parte do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan) e também mantinha uma relação próxima com o ex-governador José Roberto Arruda. Em 2006, a família dele aparece como uma das doadoras à campanha do então candidato e, em 2008, sob a presidência de Valadão, a Ademi-DF chegou a financiar a publicação do livro José Roberto Arruda – Desafios do Governo 2008, que trazia um diário do segundo ano da gestão de Arruda no GDF.

 

Abdon de Araújo

Também citado como um dos interlocutores de Agnelo Queiroz em supostos acordos ilícitos com a Odebrecht, o empresário Abdon Henrique de Araújo passou por diversos cargos no GDF durante a gestão do petista. O nome aparece nos depoimentos dos ex-executivos João Pacífico e Ricardo Roth Ferraz de Oliveira.

 

Mary Leal/Agência Brasília

Abdon exerceu cargos estratégicos na gestão Agnelo e seria contato da empreiteira para “colaborações” a campanhas do petista

 

De acordo com os delatores, durante uma reunião que contou com a presença de Abdon de Araújo, Agnelo negociou repasse de R$ 1 milhão da Odebrecht para sua campanha eleitoral em 2010, entre doações oficiais e não registradas. No depoimento, os ex-executivos afirmam que era Abdon quem recebia pessoalmente, em seu escritório, as senhas e os locais de pagamento. Também seria responsável por entregar o dinheiro ao ex-governador. O repasse teria sido feito em seis parcelas.

 

A relação entre Agnelo e Abdon era bem próxima. Na primeira campanha vitoriosa do petista ao GDF, em 2010, o empresário trabalhou como tesoureiro. Após a eleição, passou a funcionar como um ‘coringa’ no Executivo local. Primeiro, atuou como administrador do Lago Sul; depois, de Taguatinga. Na sequência, assumiu como secretário do Desenvolvimento Econômico do DF para depois virar chefe da assessoria especial do Gabinete da Governadoria.

 

Chegou a ser indicado por Agnelo para a presidência do Banco de Brasília (BRB), mas não assumiu o cargo. A última posição que ocupou no GDF foi o de presidente da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), empresa dona e administradora durante quase toda a gestão petista de outro empreendimento que teria envolvido acerto entre empreiteiras, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Abdon renunciou ao cargo para assumir um papel de coordenação na campanha infrutífera de Agnelo à reeleição, em 2014.

 

A citação nas delações da Odebrecht não é o primeiro problema de Abdon de Araújo na administração pública. Em 2013, ele foi denunciado ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) por suspeita de fraude em licitação. Já no DF, foi denunciado pelo Ministério Público pela compra, com dinheiro público, de ingressos para a Copa das Confederações que foram distribuídos para autoridades.

 

Hermano Carvalho

Também do governo Agnelo, mas considerado homem forte do ex-vice governador Tadeu Filippelli, delatores da Odebrecht citam o engenheiro Hermano Carvalho. Em depoimento, o ex-executivo João Pacífico afirma que Filippelli recebeu R$ 2 milhões em recursos ilícitos relacionados ao Centro Administrativo do GDF (Centrad), em Taguatinga. E Hermano Carvalho seria o intermediário designado tanto por Filippelli quanto por Agnelo para tratar do apoio financeiro da empreiteira à campanha de reeleição da dupla ao GDF.

 

Segundo os depoimentos, Carvalho marcava encontros com um executivo da Odebrecht em cafés e restaurantes da capital para receber o dinheiro que reforçaria a campanha eleitoral.

SINDUSCON - DIVULGAÇÃO

Hermano Carvalho, ligado à Filippelli, foi indicado como intermediário para os recursos que teriam abastecido o caixa 2 da campanha de reeleição Agnelo/Filippelli

 

O principal cargo exercido por Hermano Carvalho no GDF foi o de secretário de Desenvolvimento Econômico, de setembro de 2013 até o fim do governo Agnelo, em 2014. Antes, ele atuava como secretário-adjunto da pasta: assumiu a titularidade com a saída de Gutemberg Uchoa. Carvalho teve uma passagem anterior pelo governo federal, onde teve cargos nos ministérios do Turismo e do Esporte.

 

Procurado pelo Metrópoles, Márcio Machado afirmou que desconhece as acusações e disse que não comentaria o assunto. Já o ex-secretário Hermano Carvalho foi ouvido pela reportagem na última quarta-feira (12) e negou qualquer irregularidade: “Nunca tratei do recebimento de recursos irregulares”.

 

Ao ser procurado pela reportagem, Abdon de Araújo também negou as acusações. No entanto, afirmou que comparecia a um almoço de família e estava “sem jeito” de falar sobre o tema no momento. O empresário Adalberto Valadão não atendeu às ligações da reportagem.


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